Uma vida dedicada à mecânica de carros

Lajeado

Uma vida dedicada à mecânica de carros

No Dia do Mecânico, Romeu Eckhardt demonstra habilidade com motores de Fusca

Uma vida dedicada à mecânica de carros
Lajeado

Para Romeu Eckhardt, 70, terminar de montar e reformar um Fusca é motivo de comemoração. Toda vez que um problema é resolvido, a batalha está vencida. O “médico dos carros” é um dos mais velhos em atividade no Vale do Taquari.

Segundo dados do Grupo de Manutenção Automotiva e da Central de Inteligência Automotiva (Cinau), os mecânicos são responsáveis por mais de 80% dos carros que circulam nas estradas brasileiras.

De todos aqueles que mexem com motores, os que sabem lidar com carros antigos estão cada vez mais escassos. Eckhardt começou no ramo em 1961, na Motomecânica. Pediu para trabalhar e foi aceito na hora. Mas antes disso, teve que percorrer um caminho. Trabalhava em uma padaria chamada Kipper, onde hoje é localizada a Padaria Schuh. “Não queria ficar fazendo pão”, recorda.

Depois de passar por outras experiências, resolveu tentar o que gostava mais: carros. Desde que iniciou no ramo da mecânica, nunca pegou outro veículo que não fosse Fusca, Variante ou TL. Kombi, só se for a caixa.

O mecânico, com mãos cheias de graxa, é aposentado. Trabalha por hobby. Conserta motores e ainda faz chapeação e pintura nos carros. O principal negócio dele gira em torno de comprar um carro velho e reformá-lo para revender.

A paixão pelos motores é tanta que nunca teve hora para ir embora da oficina. Estender o horário para às 21h era comum na juventude. “Queria aprender.” Depois que entrou para o mundo das engrenagens, fez cursos de aperfeiçoamento em câmbios, mecânica geral e motor.

Embora tenha perdido a velocidade de produção, prefere continuar no trabalho. “Corpo ocupado, mente ocupada. Se parar, é como o motor: entrava.” Eckhardt trabalha de segunda a sexta-feira, em horário comercial.

Segundo ele, a principal procura para consertos de motores dos Volkswagens antigos é pelo desgaste dos mancais, pistões e anéis. Entretanto, um motor só vai exigir manutenção mesmo depois dos 150 mil quilômetros. “Os primeiros sinais de um motor desgastado são os vazamentos de óleo. Depois é a caixa de câmbio que faz escapar a marcha.”

Para o profissional, a qualidade do trabalho aumentou depois de tantos anos de experiência. Há automóveis que levam até um ano para ficar pronto, mas ganham um valor que é pago por colecionadores. “Tem que fazer com a maior das calmas.”

Dia do Mecânico será celebrado por Eckhardt dentro da oficina, com as mãos sujas de graxa, na reforma de um Fusca

Procura internacional

A procura pelos serviços já ultrapassou as fronteiras do Brasil. Na última semana, um colecionador de Buenos Aires ligou para a oficina avisando que desembarcaria em Porto Alegre no dia seguinte para encontrá-lo. Queria dicas e conselhos para compra de peças do motor de um Fusca.

Alguns desses carros foram vendidos para compradores do outro lado do Atlântico. No início do ano, um colecionador da Áustria encomendou um Fusca 1976, azul, todo original. O rapaz vem buscá-lo em janeiro.

Acompanhe
nossas
redes sociais