Haitianos protagonizam documentário

Lajeado

Haitianos protagonizam documentário

Película exibe o cotidiano e os desafios enfrentados pelos imigrantes no Vale

Haitianos protagonizam documentário
Lajeado

A vida de pessoas que deixaram suas famílias com a esperança de encontrar melhores condições de emprego e renda no Vale do Taquari é tema do documentário filmado pelo acadêmico de Jornalismo Tiago Wiethölter e a diretora de imagens e edição Fernanda Scherer. A supervisão é do jornalista Marcus Staudt.

A película foi produzida com apoio do Grupo de Diaconia da Comunidade Evangélica de Lajeado (CEL). O lançamento oficial ocorre nesta terça-feira, 20, às 8h30min em um café da manhã no Centro Comunitário Evangélico.

O filme encerra o Projeto de Apoio à Integração dos Imigrantes no Vale do Taquari desenvolvido desde o início do ano pela CEL. De acordo com o pastor Luís Henrique Sievers, o documentário é resultado da aproximação entre a comunidade e os haitianos.

Segundo ele, desde a chegada dos imigrantes à região, a CEL ajuda as famílias por meio de campanhas para arrecadação de móveis. Após um encontro em Brasília, a Fundação Luterana de Diaconia deu início ao projeto de apoio que culminou com a realização do documentário.

De acordo com o pastor, os imigrantes chegaram ao Vale do Taquari com a esperança de conseguir recursos para enviar às famílias no Haiti, mas se depararam com uma realidade adversa, de custo de vida elevado e baixos salários. Para o pastor, existe um subaproveitamento da mão de obra imigrante, mesmo com os que têm curso superior.

“Apesar disso, no fim de 2015, quando formulávamos o projeto, o clima era positivo em relação à oferta de empregos, mas a situação mudou muito com a crise”, lembra. Com as dificuldades na economia, parte dos imigrantes ficou desempregada.

Ao mesmo tempo, uma crise institucional no país ameaça até mesmo as políticas de imigração. Diante desse cenário de incertezas, muitos apostam em novas migrações e partem para países como o Chile e os Estados Unidos.

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Denúncia contra o preconceito

O documentário também denuncia o tratamento dado pela sociedade regional aos estrangeiros. Sievers questiona a diferença com que a comunidade local trata pessoas vindas de países europeus e imigrantes africanos ou, como no caso dos haitianos, de países onde a maioria da população é negra.

“Nós não resolvemos muito bem a nossa história com a escravidão e transferimos esse preconceito para os imigrantes”, alerta. Para ele, a presença dos senegaleses e haitianos na região nos faz refletir sobre a história regional.

“É um contrassenso que em uma região marcada pela imigração exista esse preconceito”, aponta. Sievers afirma que o vídeo pode servir para criar novas iniciativas para ajudar a acolher os imigrantes.

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