Eu Curto – Arremate de Pano

Eu Curto

Eu Curto – Arremate de Pano

A professora Karla Enger dedica parte do tempo para confeccionar bonequinhas de costura. Nesta época do ano, as “costurinhas” ou “arteirices”, como costuma classificar, dividem espaço com as provas e trabalhos de alunos. Mesmo assim, encontra tempo para o hobby.…

Eu Curto – Arremate de Pano
Vale do Taquari

A professora Karla Enger dedica parte do tempo para confeccionar bonequinhas de costura. Nesta época do ano, as “costurinhas” ou “arteirices”, como costuma classificar, dividem espaço com as provas e trabalhos de alunos. Mesmo assim, encontra tempo para o hobby. Não se considera nem artista nem artesã. As inspirações vieram com o exemplo da avó. O interesse em aprofundar algumas técnicas surgiu há 11 anos. O aumento das demandas diárias impossibilitou que continuasse. Apesar de ter guardado tudo, resolveu abrir a caixa novamente e recomeçar.

Inspire-se

Quem lhe inspira e influencia?

Trabalhos manuais fazem parte da minha vida desde a infância. Minha avó sempre desenhou comigo. Depois vieram as agulhas, crochê, tricô, tear, ponto-cruz, tapeçaria, macramê. Aprendi até a pintura folk, mas cheguei nas costurinhas. O início foi despretensioso. Entre ser mulher, mãe, professora e gestora de escola em Porto Alegre, em 2005, resolvi fazer os cursos de trabalhos manuais que sempre tive vontade.

Você parou por um tempo?

Acabei guardando todo o material dos cursos em caixas, que foram abertas faz uns 4 anos. A partir daí, fui retomando o hobby nos fins de semana e à noite, como autodidata. Quando conheci o Arte na Praça, há dois anos, me encantei. Estava num momento de muita introspecção e coloquei como meta para sair da situação.

O que a arte faz por você?

Ter um hobby é a melhor coisa que uma pessoa pode fazer por ela mesma, independente do que seja. Desde colecionar objetos, tocar instrumentos, cantar, fazer algum trabalho manual, pegar o carro e sair por aí, escrever ou ler, cuidar de uma planta. Qualquer coisa que nos tire da rotina, do acorda, trabalha e dorme. Para mim, um hobby é o encontro consigo mesmo, uma forma de meditação e também de expressar e extravasar o que estamos sentindo.

O que mais lhe atrai na prática?

O que me atrai é exatamente a abstração dos problemas do cotidiano quando se está envolvido com um hobby. Tem dias que chego em casa exausta da rotina, do trabalho, tem o terceiro turno com os afazeres da casa e filhos, mas, no momento que sento e começo a costurar, criar moldes, tudo fica de lado. Toda a energia negativa da correria desaparece. As cores dos tecidinhos e a
paciência dos pontinhos vão aos poucos ajudando a relaxar e tudo se transforma.

O que tenta transmitir ao público?

Tenho sempre comigo que, para fazer um trabalho manual, tenho que estar me sentindo bem, pois coloco muito da minha energia nele. Então, ao sentar para costurar, pintar ou finalizar um trabalho, procuro pensar em coisas boas e não tenho dúvidas de que tudo isso aparece nos relicários e em tudo mais que faço.

Como concilia as profissões?

Sou professora de inglês e o hobby também me fez ser mais disciplinada com as demandas da escola. Colocar limites nos horários dedicados a cada uma das atividades é bem importante, mas para o hobby acabam sobrando as noites e os fins de semana. Na verdade, quando faço um relicário, um patuá, um joguinho ou qualquer outra peça, procuro colocar muito amor. Pelas mãos que permitem executar cada ponto, pela sensibilidade na combinação das cores. E, acima de tudo, penso na pessoa que vai receber o que estou confeccionando. Tenho um carinho muito grande pelos relicários de santos e Jogos da Velha para as crianças.

 

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