As altas temperaturas, somadas às férias escolares, fazem as pessoas deixarem as casas em busca de sombra e descontração. As praças são os locais preferidos para isso. Para avaliar as condições dos locais, a reportagem do A Hora visitou algumas praças a fim de conferir a situação.
Uma delas é a Praça da Matriz, no centro. Na sexta-feira, o local estava, em geral, limpo. O corte da grama havia sido feito recentemente. Porém, melhorias são necessárias na estrutura do local. Uma delas é na pracinha, onde os brinquedos estão estragados. Os balanços feitos com pneus estão rasgados. Enquanto as casas e escorregadores, de ferro, estão corroídos. Algumas latas de bebidas alcoólicas estavam espalhadas pelo local.
Para o morador de Brasília, Natanael de Souza, 30, esses não são os principais problemas. Em visita à cidade, conta que já foi ao local inúmeras vezes para jogar pokémon Go. Sempre achou o espaço bonito, mas mal cuidado. Entre as as reclamações, estão o mau cheiro dos banheiros e a falta de iluminação.
Para Antônio Ott, 53, e Claricia Ott, 52, de Teutônia, o mau estado de conservação dos bancos e mesas é o que mais afasta os visitantes. “Até que está limpo, para um local público. Mas não achei nada atraente aqui. Me parece tudo velho”, comenta Claricia. Foi a primeira vez que o casal esteve no local. “Acho difícil voltarmos.”
Brinquedos da praça do bairro Jardim do Cedro estão pintados e sem estragos
Olarias
Situação de degradação que não é encontrada nos bairros. Na praça do bairro Olarias, na quinta-feira passada, a grama e mato estavam cortados. Além disso, o local estava limpo – sem lixo espalhado – e os brinquedos não tinham estragos, mas aparentavam a deterioração da chuva. O contrário do encontrado faz um mês, quando a reportagem havia feito outro levantamento nas praças.
Durante a tarde desta semana, crianças aproveitavam o bom estado do local para andar de carrinho de rolimã, se embalar nas gangorras, e descer no escorregador. Estudantes da pré-escola da Escola Municipal de Ensino Fundamental Nova Viena, elas haviam sido levadas à praça pelas professoras, uma delas Inês Zeni. Ela conta que as visitas ao local tornaram-se mais frequentes neste ano. “Arrumaram alguns brinquedos, então passamos a vir mais.”
Os vários espaços de sombra, o lago e a pista de caminhada também são atrativos. “As crianças adoram.” Murilo Mezzacasa Bianchini, 6, que o diga. Morador das proximidades, ele frequenta o local com o avô e não tem reclamações. “Ando de bicicleta, uso os brinquedos. Só não venho quando está chovendo.”
Jardim do Cedro e Moinhos
Nas praças dos bairros Jardim do Cedro e Moinhos, a situação é semelhante. A grama está com o corte em dia. Já o estado dos brinquedos é melhor. Estão pintados, com aparência de novos.
Apesar do espaço da pracinha ser reduzido no Moinhos, a alguns metros de distância, a população encontra a Área de Lazer João Henneman Filho. Um ambiente repleto de árvores e bancos para sentar à sombra. Possibilidade que não há no Jardim do Cedro, onde, na própria pracinha, tem apenas dois espaços de sombra com bancos para sentar. Situação que talvez motivasse o vazio do local. Na tarde da sexta-feira passada, a praça estava vazia.
No bairro Olarias, conserto dos brinquedos ocasionou a volta das crianças à praça
Equipe insuficiente
Segundo o secretário da Agricultura e Urbanismo, Marco Salvatori, 15 servidores da pasta trabalham somente na manutenção e limpeza das praças, inclusive dos banheiros. Outra equipe de quatro pessoas ainda faz a roçada desses locais, intercalando com o serviço nos postos de saúde, creches e campos de futebol.
Para a recuperação de brinquedos, há apenas um profissional da secretaria, com habilidade com marcenaria. Com a aproximação do verão, Salvatori afirma que o trabalho aumenta devido ao crescimento do capim e da grama. E o grupo não consegue atender toda demanda. “Não é por falta de vontade, mas por carência de pessoas. É muita coisa para fazer.”
A situação é agravada porque parte do período de trabalho diário é dedicada ao conserto de torneiras e caixas d’ água, bem como para a troca de lâmpadas, furtadas ou quebradas por vândalos. O mesmo acontece com os bebedouros. “Se coloca um novo, lá eles quebram, estragam. É pura maldade.”
Ele acredita que, se houvesse mais auxílio da comunidade para conservar e vigiar esses locais, o quadro seria diferente. Cita como exemplos o caso do Loteamento dos Médicos, onde a comunidade angariou fundos para a reforma da praça, e da Praça do Papai Noel, adotada pela Diamond. “Afinal, quem são os proprietários de tudo isso? Se algo estraga, o dinheiro sai do bolso do povo. Então, quanto mais ajuda da comunidade, melhor.”
Para a próxima gestão, Salvatori aponta que uma alternativa seria contratar uma empresa para fazer uma reforma geral nas praças, o que facilitaria a manutenção.
Incentivo à adoção de praças
Para o prefeito eleito, Marcelo Caumo, a solução imediata é incentivar a adoção de praças, o que é permitido por lei no município. Um exemplo é a Praça do Papai Noel, adotada pela construtora Diamond, responsável pela limpeza e manutenção do local. Em relação à possibilidade de contratar uma empresa para fazer o serviço, cita que ainda precisa verificar os custos, e identificar a viabilidade. “Estamos respeitando os projetos atuais até o dia 31. Depois vamos fazer as modificações necessárias.”
