As orientações do presidente do Corpo de Bombeiros Voluntários ajudaram a salvar um bebê. Por volta das 6h30min de ontem, Markyson Marques, 31, foi surpreendido com a ligação de uma senhora de Canabarro que clamava por ajuda. Dizia que a neta de 21 dias havia se afogado.
O voluntário, pai de uma menina, foi tomado pela emoção e orientou a avó para desafogar a criança. Tentou manter a tranquilidade para acalmar a avó. O bombeiro pediu informações básicas sobre o bebê e orientou que ele fosse colocado de bruços sobre o antebraço esquerdo. Explicou como deveriam ser desferidas palmadas suaves no dorso.
A senhora aplicou a técnica. Três tapas de cada vez. No primeiro, não houve resposta. Nem no segundo. Com medo do pior, na terceira tentativa, ouviu: “Ela voltou, está respirando”, relembra Marques. Segundo ele, já havia solicitado deslocamento de colegas até o local. O Samu também foi chamado para o atendimento. Em seguida, a criança foi encaminhada ao Hospital Ouro Branco onde foi examinada.
Desde 2014, quando passou a integrar a corporação, nunca havia presenciado situação de tamanha emergência. “Quando ela disse: ‘Socorro, minha netinha está engasgada’, pensei que não teria outro modo de fazer o atendimento. Acho que foi Deus que me ajudou a ter paciência e colocar em prática o que aprendi”.
Desfecho motiva mais empenho
Diferente dos acidentes em que presta socorro, o bombeiro voluntário diz que a aflição foi maior. Entretanto, o desfecho foi positivo e demonstrou a importância da preparação. Ao meio -dia, Marques ligou para a mãe e a avó do bebê e percebeu que o atendimento imediato foi providencial.
“Elas choravam agradecendo pelo que tinha feito, pela criança estar viva. Quando perguntam por que trabalhamos e nos arriscamos de graça, essa é a resposta: poder ser realmente útil quando alguém precisar”.
Serviço reconhecido pela comunidade
Diante da situação de urgência, os bombeiros foram os primeiros a serem chamados. O fato é resultado do trabalho de aproximação com a comunidade. Para o presidente, se perdeu a ideia que bombeiro voluntário é amador. Marques tem 21 cursos de preparação e está em formação para ser técnico em Segurança do Trabalho. “Hoje nos enxergam como profissionais da saúde, salvamento e resgate”.
O reconhecimento é oriundo de trabalho intenso nas escolas por meio do Projeto Salvar. A instituição trabalha em Teutônia, Imigrante, Poço das Antas, Westfália e Paverama com foco na prevenção e orientação. Professores e alunos, desde a Educação Infantil, são inseridos nos procedimentos de primeiros socorros e protocolos para evacuação. A iniciativa foi aplicada neste ano e alcançou mais de 500 crianças.
