Após problemas meteorológicos provocarem uma quebra de 65% na safra passada, o cenário atual é animador. A qualidade é considerada excelente.
Os primeiros cachos na propriedade das famílias de Danilo Sarnagiotto e Marcos Franchini, de Muçum, serão colhidos amanhã. A venda ocorre no domingo, durante a abertura oficial da safra na praça da matriz.
A projeção é colher 30 mil quilos até o fim de dezembro, das variedades niágara rosa, branca, isabel e francês precoce, todas destinadas ao consumo in natura. A qualidade e sanidade das uvas é atribuída ao expressivo número de horas de frio. “As condições meteorológicas foram perfeitas. Temos frutas saudáveis e muito saborosas”, destaca Marcos. O quilo está cotado a R$ 4.
Conforme o técnico em Agropecuária, Jairo Bellini, o período de vindima iniciou nesta semana e ocorre nas áreas mais baixas, próximas de rios, contemplando variedades de uva precoces. No município, são cultivados 16 hectares de parreirais, destinados à venda in natura, e 33 hectares, cujas frutas são processadas.
Até janeiro, devem ser colhidas mais de 120 toneladas. Entre os benefícios da alta incidência de frio, Bellini cita a redução no ataque de pragas e na aplicação de agrotóxicos. “O custo foi menor e a sanidade das frutas está muito boa.”
Bellini diz que o preço mínimo, fixado em R$ 0,92 ao quilo de uva da variedade isabel, desagrada os produtores. Instalar um hectare de videiras custa R$ 60 mil. Sem contabilizar investimentos em tecnologia para amenizar a falta de mão de obra e aumento dos custos com adubos e fungicidas. A margem de lucro de quem produz é muito apertada, alega.
O secretário da Agricultura Lauro Fronchetti destaca os incentivos concedidos aos produtores para incrementar a produção de alimentos. O setor primário representa 39% do retorno do ICMS. Além de serviços de máquinas, são realizadas visitas técnicas e oferecidos cursos, em parceria com a Emater, para qualificar a gestão e a renda das famílias.
Aumento de 125%
Na última safra, apenas 304 mil toneladas foram contabilizadas, já que uma série de fatores meteorológicos gerou uma quebra de 65% em relação à temporada anterior, a maior da história (com 855 mil toneladas). Se a projeção for confirmada, a alta desta safra em relação à última será de 125%. A estimativa é de colher 685 mil toneladas.
Produção nos vales do Taquari e Caí
Uva destinada à indústria
898 produtores
1.248 hectares
19,7 mil toneladas
Uva de mesa
465 hectares
6,2 mil toneladas
231 produtores
Fonte – Emater