Grupo estuda formas de reduzir mortes

Vale do Taquari

Grupo estuda formas de reduzir mortes

Entre 2007 e 2015, acidentes com motocicletas mataram 246 pessoas no Vale do Taquari

Grupo estuda formas de reduzir mortes
Vale do Taquari
CCR-aviso-ponte

O veículo mais vendido no país, a motocicleta, representa 22% da frota do Vale. Junto com o crescimento do meio de transporte em duas rodas, aumentam as mortes de condutores e caroneiros. Segundo os dados do Detran, entre os 2007 e 2015, 246 pessoas morreram em acidentes com motos na região. O número representa 34,6% do total de mortes no trânsito local.

O cenário na região é um reflexo da situação do estado. Segundo levantamento feito pelo Detran entre janeiro de 2010 e outubro de 2016, 3,2 mil pessoas morreram em todo estado.

Entre os fatores para a alta, estão desde a fragilidade do veículo, que não oferece muitos elementos de segurança, passando pela imprudência dos condutores e falta de respeito dos motoristas em relação a motociclistas.

Homens são os que mais morrem nesse tipo de acidente, representando 88,9%. Jovens também lideram as estatísticas, são 47% das vítimas.

Apenas neste ano, 355 condutores ou caronas morreram em acidentes. Os números ligaram o sinal de alerta do Detran, que criou um Grupo de Trabalho (GT) para estudar as causas e formas de reduzir os índices.

De acordo com o diretor-geral do departamento, Ildo Mário Szinvelski, a principal maneira de combater a violência no trânsito passa por medidas pedagógicas. “Precisamos trabalhar na educação do trânsito, desde a infância, para podermos reduzir essas mortes.”

foto-mortes-motosMudança social

Szinvelski salienta ainda a importância de conscientizar a sociedade sobre a vida de entregadores que utilizam motos no trabalho. “É necessário as pessoas entenderem que, quando pedem pressa ao motoboy, estão colocando em risco a vida de uma pessoa.”

O coordenador ressalta a necessida de sensibilizar o cliente sobre a vida de quem entrega o produto.

Outra questão considerada importante por Szinvelsk é a regulamentação das profissões de motofrentistas e motoboy.

Segundo ele, com isso, os profissionais ficam obrigados a ter uma atitude mais responsável no trânsito sob o risco de perder o direito de trabalhar. “Esse é um esforço que deve ser feito de forma conjunta com os municípios, para podermos ter resultados efetivos.”

Todas essas medidas serão estudas pelo GT, que hoje está debruçado sob os dados estatísticos para fazer uma radiografia do problema. Na sequência serão estudadas ações de conscientização, as quais devem iniciar com alunos de Educação Infantil e adolescentes.

Briga por espaço

Faz quatro meses que o estudante Kerlon Dreifge, 18, é um dos 63,5 mil moradores do Vale habilitados a conduzir uma motocicleta. Os primeiros meses têm sido de relativa tranquilidade, pois não se envolveu em acidente. Mesmo assim, ele relata um certo receio em trafegar por ruas e rodovias. “Ultimamente tem sido complicado não porque está andando de moto, mas pelos outros que não respeitam.” Para ele, muitos motoristas não respeitam o espaço do veículo menor. “Muitas vezes estou andando tranquilo e os carros cortam a frente, e preciso frear de forma brusca.”

Mais experiente que Dreifge, a auxiliar de farmácia Marlise Ferreira, 39, pilota moto faz cinco anos. Mesmo sem ter sofrido acidente, ela garante ainda se sentir insegura. “Cada vez que estou no trânsito sinto muito medo, tenho medo de perder minhas pernas, porque os motoristas, principalmente de caminhão, não gostam de moto.” Ela ainda afirma sentir o preconceito por ser mulher. “Quando veem que é uma mulher dirigindo, aí mesmo que não respeitam. Eles sempre acham que somos lentas e vagarosas.”

Acompanhe
nossas
redes sociais