Todo segundo sábado do mês, o aposentado Ubirajara do Canto Marques, 65, viaja de Gravataí a Lajeado para participar do Arte na Praça. Na Kombi bicolor, carrega o artesanato feito a partir de madeira, vidro e ferro descartado. Pelas mãos do “Bira”, como é conhecido nas feiras, surgem luminárias, quadros para lavabos e pequenos vasos para flores. “Brinco de ser artesão. Acredito que tudo pode ser transformado.”
No domingo, Bira e mais de 40 expositores movimentaram a 25ª edição do Arte na Praça. Das 10h às 20h, passaram por lá escritores como Luciane Abreu, autora do livro Cabruxa, a Bruxa Inventada, e artistas como Marco Guimarães, Banda OK, Rebobinados e The Wall.
Para Monica Kircheim, da comissão organizadora, o balanço é positivo. “Foi um domingo muito bacana e gratificante. Recolhemos uma caixa cheia de brinquedos e oportunizamos a apresentação da Orquestra Adolescente Legal. As bandas deram um show e alguns expositores ficaram muito satisfeitos com as vendas.”
Bira traz seu artesanato de Gravataí a Lajeado a bordo de uma Kombi
Mudanças
A comissão do Arte na Praça se reunirá em janeiro para tratar de alterações para 2017. “Como de costume, todo ano procuramos dar o oportunidade para outros expositores participarem da organização”, frisa Mônica.
Segundo ela, a ideia é formar uma nova comissão com o objetivo de proporcionar atividades diferentes, que envolvam arte, música, artesanato e gastronomia. “O evento deve continuar e sempre no segundo domingo do mês. Talvez haja alguma mudança no horário, pois no verão é bastante cansativo para os expositores que chegam às 8h e permanecem até as 19h.” Para a idealizadora do evento, Laura Peixoto, o Arte deve ser repensado. “É uma ação tão diferente e tão bacana em Lajeado, mas que este ano não teve correspondência em público. Os expositores não participam só para vender, querem que as pessoas venham assistir aos shows e prestigiar a praça.”
Andréia Stein participa desde as primeiras edições do evento
Lugar de encontros
A expositora Andréia Stein participa do Arte da Praça desde a fundação, em 2014. Artesã faz mais de dez anos, trabalha com bijuteria artesanal e peças de brechó. “O Arte traz um retorno não só financeiro. O principal atrativo é a divulgação do trabalho. Tudo aqui é feito à mão.” Segundo ela, a proposta também é de reunir amigos em torno de um espaço público. “Queremos promover os encontros e nos tornarmos cada vez mais ricos em termos de atrações culturais.”
