Audiência debate crise do setor leiteiro

Vale do Taquari

Audiência debate crise do setor leiteiro

Queda de 40% no preço pago ao produtor em seis meses motiva reação do setor

Audiência debate crise do setor leiteiro

Centenas de agricultores são esperados hoje na Assembleia Legislativa para audiência pública que debaterá a crise do setor leiteiro gaúcho. Promovido pela Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da AL, o evento visa buscar soluções para a queda de quase 40% no valor pago aos produtores.
Proposta pelo deputado Elton Weber (PSB), a audiência terá a presença de mais de 30 entidades, entre sindicatos, universidades, ministérios e associações, além de representantes das indústrias do segmento. Mais de 300 pessoas confirmaram presença.

Conforme o deputado, a intenção do debate é abordar os problemas resultantes das políticas públicas estabelecidas para o setor e construir perspectivas de melhorias para os produtores. Segundo Weber, existem algumas medidas simples que podem ser implementadas o quanto antes.
Entre elas, cita restrições à importação de leite em pó proveniente do Uruguai e a proibição da reidratação do produto.

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“Ocorreram absurdos com empresas que compravam o leite em pó uruguaio, reidratavam aqui e vendiam como leite normal no mercado”, aponta. Outra possibilidade levantada por ele é a compra de leite gaúcho para os programas sociais mantidos pelo governo.
Dados do Conseleite apontam que o valor médio de referência pago ao produtor caiu 27,8% no RS entre os meses de julho e outubro, passando de R$ 1,32 para R$ 0,95. Em novembro, foi registrada nova queda, de 1,49%. Com isso, o litro do leite passou a ser vendido por R$ 0,93.
Assessor de Política Agrícola da Fetag, Márcio Langer afirma que os produtos tiveram apenas dois meses de rentabilidade no segundo semestre deste ano.

Acordos com multinacionais

Para Weber, outro fator de desestabilização do setor são os acordos comerciais do governo gaúcho que resultaram na desoneração de empresas multinacionais. Para ele, a atuação predatória desse tipo de companhia pode fragilizar as cooperativas do segmento.
O deputado lembra que elas fazem um papel fundamental de controle dos preços. “A melhor coisa para o produtor é a concorrência na compra do produto”, alega.
O deputado cita o caso da Lactalis, multinacional francesa que ingressou recentemente no RS. Segundo ele, a empresa lucrou com a importação de leite em pó uruguaio e ajudou a desestabilizar o setor.

“Esse tipo de atitude, de importar produto lácteo de outros países, com ganho financeiro, e depois fazer uma concorrência desleal no mercado é muito prejudicial.”

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