Pesquisa aponta elevação na expectativa de vida dos gaúchos

Vale do Taquari

Pesquisa aponta elevação na expectativa de vida dos gaúchos

Coqueiro Baixo é a cidade com maior proporção de idosos no RS

Pesquisa aponta elevação na expectativa de vida dos gaúchos
Vale do Taquari
oktober-2024

Os acessos à pequena cidade de Coqueiro Baixo são todos de estrada de chão. Poeira e barro sempre fizeram parte da rotina dos pouco mais de 1,5 mil moradores. Contornado por morros, o município ostenta a maior proporção de pessoas com mais de 60 anos em relação aos 497 municípios do RS.

De acordo com o IBGE, dos 1.528 habitantes, 449 têm mais de 60 anos. Um total de 29,3%. O percentual é quase três vezes superior à média nacional, cuja população idosa representa 10,8%.

Tal conclusão resulta em números curiosos. Segundo o Censo 2000, 1,6 mil moradores viviam por lá naquele ano, cerca de cem habitantes a mais em relação a contagem de 2010.

Em uma das tantas ribanceiras no trajeto entre a BR-386 e a sede do município, mais especificamente na localidade de São Luis, que vive “dona” Vilma De Mari Catto, 80, viúva e mãe de seis filhos. É uma das pessoas mais idosas do município. Hoje só um dos filhos homens – são cinco, além de uma mulher – mora com ela em uma casa mista de madeira e concreto.

Dona Vilma, é uma das responsáveis por manter o RS entre os cinco estados com maiores médias de expectativa de vida ao nascer. Segundo dados compilados pelo IBGE em 2015, os gaúchos chegam em média aos 77,5 anos.

foto-expectativa-de-vidaaMulheres vivem mais

No ano passado, as mulheres tinham esperança de vida maior ao nascer: 80,9 anos. Entre os homens, fica em 74 anos. Dona Vilma está quase completando 81 anos. Com dificuldades para caminhar, ela se alimenta com verduras e frutas produzidas na propridade e conta com auxílio de uma cuidadora. Helena Kruger Conte trabalha faz sete anos na casa.

Segundo Helena, o uso de alimentos e chás produzidos na horta está entre os segredos da longevidade de Vilma. Sobre uma mesa, na varanda da casa, ela deixou curtindo alguns galhos de malva. Com a planta, é feito chá para a cura de diversos problemas comuns em pessoas de idade avançada. Com oito décadas de vida, Vilma disfarça um pequeno sorriso quando questionada sobre o gosto da bebida. “Pegamos na minha horta”, resume.

A malva é antioxidante e muito indicada para combater o envelhecimento precoce e o aparecimento de alguns sinais da idade. Auxilia, entre outros, para manter o organismo em constante cicatrização, evitar infecções e prevenir de gripes, tosses e resfriados. Ainda, segundo os moradores do interior, é um calmante para a pele e age como uma espécie de anti-inflamatório.

Além da erva, Vilma costuma tomar chá de casca de romã, também colhido na propriedade em Linha São Luiz. A fruta, conforme pesquisas acadêmicas, possui uma enzina com atuação específica na prevenção do mal de Alzheimer, uma das mais graves doenças degenerativa que afeta, na maioria dos casos, idosos. No Brasil, cerca de 900 mil pessoas já foram diagnosticadas com a doença. Dona Vima é uma delas.

Saiba Mais

Conforme o IBGE, o brasileiro não atingia uma média de idade superior a 45,5 anos na década de 1940. Desde então, a expectativa de vida aumenta gradativamente. Em 1950, passou a 48 anos. Na década de 1980, pulou para 62,5 anos.

Já em 2015, último ano de consulta, a esperança de vida ao nascer no Brasil era de 75 anos, 5 meses e 26 dias, um aumento de três meses e 14 dias em relação a 2014. Para a população masculina, o aumento foi de três meses e 22 dias, passando de 71,6 anos para 71,9. Já para as mulheres, o ganho foi um ano menor, passando de 78,8 anos para 79,1.

Essas informações constam nas Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2015, que apresenta as expectativas de vida às idades exatas até os 80 anos e são usadas como um dos parâmetros para determinar o fator previdenciário, no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

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