Palestra aborda retomada da economia

Teutônia

Palestra aborda retomada da economia

Economista Pedro Ramos acredita que há condições de superar a recessão em 2017

Palestra aborda retomada da economia
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No dia em que comemorou o 17º aniversário, a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) promoveu palestra sobre o cenário econômico no próximo ano. O doutorando em Economia pela Ufrgs, Pedro Lutz Ramos, detalhou o caminho trilhado pelo país e ressaltou que 2017 deve apresentar leve melhora. Novo governo americano é incógnita sobre impacto nacional, acredita.

Conforme Ramos, desde 2012, o governo federal começou a esboçar retração econômica. A dívida pública aumentou 10% a cada ano. Por outro lado, o PIB tem fechado no vermelho. Neste ano, registrou -2,2 %. Isso desencadeou série de fatores que reduziram as vendas e desestimularam os investimentos.

Mudança política altera cenário

Para Lutz, a visão do presidente peemedebista, Michel Temer, sobre os problemas do país é positiva em alguns quesitos. “O plano de governo do PMDB é muito preciso em apontar os problemas do Brasil.”

Outro fator para a retomada na economia é a representatividade de Temer junto ao Congresso, acredita.

Confiança para 2017

Com a projeção de regularização no setor de alimentos, a expectativa é que a produção de grãos seja recorde no próximo ano. Esse fator anima a agropecuária esboçando as primeiras melhorias na oferta de alimentos ainda no fim deste ano. Isso é expressivo na redução gradativa na inflação.

Em paralelo, Ramos relata que a taxa Selic está caindo. Os juros reduzem lentamente e as vendas aumentam. “Na parte de rentabibilidade das empresas, notamos que precisam de volume, precisam que as famílias voltem a consumir”.

Para o economista, o PIB deve continuar caindo até 3,5%, mas no quarto trimestre chega a 3,3%. A partir dessa queda nos juros, as famílias voltam a consumir, para utilizar a capacidade instalada e as empresas voltam a aumentar a rentabilidade. O mercado de trabalho deve controlar a taxa de desemprego e aí, então, retoma a visão de investimentos.

Setores abalados devem retomar força, diz Lutz

Para Pedro Lutz, a projeção para 2017 favorece alguns setores.

A Hora – Como a eleição de Donald Trump, nos EUA, pode interferir na economia nacional?

Ramos – A referência global para as taxas de juros é os Estados Unidos. A ideia é que, se houver essa aceleração da atividade econômica no mundo a partir do aumento de gastos e redução de impostos, o Banco Central vai subir mais rapidamente a taxa de juros para conter o ímpeto inflacionário. Isso pode fazer com que saiam recursos do Brasil e acabe desvalorizando nossa taxa de câmbio.

Como o empresário pode se preparar? É o momento de investir ou aguardar para 2018?

Ramos – Acredito que a questão do setor que está envolvido vai fazer diferença nessa escolha.

A segunda metade de 2017 tende a ser melhor. Mas tudo isso é um pouco incerto. Existem elementos que são importantes para chegar nessa condição. Um deles é ver a taxa Selic caindo e a inflação baixa.

Como os agricultores podem se preparar para 2017?

Ramos – Acredito que os custos estejam mais baixos, especialmente pela regularização da oferta do milho. Tivemos desvalorização cambial grande.

Como não estamos preparados para importar milho, tivemos condição de falta mesmo sendo um dos grandes produtores desse grão. Com a entrada da primeira safra no Brasil, a oferta começa a ser regularizada e na safra de 2017 a oferta deve estar plenamente regularizada.

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