A obra do câmpus do IFSul de Lajeado está em fase final. O complexo deve ser entregue até o fim deste ano. Apesar disso, o Ministério da Educação (MEC) não prevê liberação de vagas para docentes atuarem na cidade.
Um dos motivos para a falta de professores dos novos cursos é a não abertura de concurso público. Com a mudança de governo, a seleção, que já deveria ter sido feita, foi postergada.
A situação pode se agravar com a aprovação da PEC-55, em tramitação no Senado, acredita a diretora do câmpus, Cláudia Schwabe.
O câmpus foi projetado em 2012 para oferecer formação nas áreas de Administração, Automação Industrial e Processamento de Alimentos.
Hoje o instituto conta com cem alunos matriculados e oito professores, a maioria mestres ou doutores.
A diretora do IFSul diz que é necessário ter os pés no chão para não comprometer a qualidade da formação dos estudantes. Segundo ela, sem ter mais professores disponíveis, não serão ofertados novos cursos.
O câmpus deve manter em andamento o curso técnico subsequente em Administração e promover outros de curta duração e de extensão, como já ocorre. Pelo planejamento feito em anos anteriores, o instituto deveria ofertar ainda neste ano o integrado em Automação Industrial.
O IFSul Lajeado tem apenas um professor da área. Uma seleção pública foi feita para chamar mais um profissional. A expectativa é nomeá-lo em até dois anos. Segundo Cláudia, para ofertar Automação Industrial, é preciso um número maior de professores para a área técnica.
Além disso, seriam necessários mais docentes para ministrar áreas gerais como física, química, história, geografia, entre outras disciplinas presentes na grade curricular do Ensino Médio.
De acordo com ela, pelo estudo elaborado, a liberação das vagas já deveria ter ocorrido. “Essa mudança feita pelo governo federal desconstrói todo o planejamento que fizemos.” Para otimizar o complexo e a equipe, a instituição fará um redirecionamento da atuação.
A intenção é focar na área da administração, na qual há profissionais para conduzir os trabalhos. O curso de Processamento de Alimentos, projetado em audiência pública em 2012, não tem previsão para se concretizar. Na avaliação de Cláudia, sem uma mudança no contexto econômico proposto pela União, a tendência é estagnar as atividades.
Faltam professores
A situação do câmpus Lajeado é a mesma enfrentada pelos demais da terceira fase de expansão. Alguns, inclusive, correm o risco de encerrar as atividades por falta de sede própria e de docentes.
Institutos de outras regiões não têm professores para os cursos já ofertados, como em Jaguarão.