A miscigenação de povos – portugueses, negros, alemães e italianos – torna a pequena cidade de Cruzeiro do Sul singular. Excelentes opções gastronômicas no alto do morro e lagoas no interior completam a lista de lugares para conhecer. Um clube náutico particular liga a cidade à sua principal fonte natural de água, o Rio Taquari.
Cruzeiro do Sul resguarda riquezas históricas expressas na cultura, arquitetura e gastronomia. O principal cartão-postal está expresso na construção de prédios com grande importância histórica ao município. A família portuguesa Azambuja chegou ao lugar com seus escravos por volta de 1855 e instalou residência na parte baixa da cidade.
Uma grande enchente os atingiu, em 1872, e forçou o abandono da casa inundada. Com ajuda de escravos, construiu nova moradia, no alto do morro, hoje conhecida como a Casa do Morro. Apesar da total falta de manutenção, o prédio em estilo colonial – típico do período do Primeiro Império – resguarda a arquitetura original da época.
Numerosas janelas de arco, e com uma fileira de colunas em frente a elas, mantêm ainda algumas estatuetas sobre a estrutura. Lendas sobre tesouros abandonados e aparições de lobisomem tornam o local ainda mais místico. Do prédio, é possível ver várias cidades do Vale e o Rio Taquari. Ao lado, foi construído um restaurante. Grandes e numerosas janelas de vidro complementam a vista panorâmica das curvas do leito do rio e de grande parte da região.
Perto dali, outra espetacular vista para o Rio Taquari. A Toca dos Corvos é ponto para os mais aventureiros. O acesso é fácil – menos de 20 metros da estrada. O lugar é utilizado para a prática de escalada esportiva. As rochas são propícias ao esporte. Dentro delas, uma caverna misteriosa também guarda algumas lendas populares. Nada comprovado. O local costuma ser habitado por corvos e urubus. Daí surgiu o nome. A sugestão é caminhar em grupo para evitar surpresas como assaltos.
O centro é pequeno, mas tem algumas construções antigas ao típico estilo açoriano como a primeira casa dos Azambuja. Conhecida como a Casa da Fazenda – inundada na cheia – após sucessivas reformas, serviu como uma ervateira. Hoje abriga a sede do Executivo, cujas remodelações foram inspiradas no símbolo maior do alto do morro. Próximo dali fica a imponente Igreja Matriz São Gabriel Arcanjo, erguida em 1929, outro local com vista panorâmica e belos traços arquitetônicos.
