Estado inaugura presídio construído pela comunidade

Lajeado

Estado inaugura presídio construído pela comunidade

Custos da obra partiram do Judiciário, governo municipal e das instituições da comunidade de Lajeado, o presídio feminino foi inaugurado nessa sexta. O espaço, com capacidade para receber até 94 detentas, custou R$ 800 mil e levou um ano para ficar pronto. Dez mulheres devem ocupar o local, nos próximos 15 dias.

Estado inaugura presídio construído pela comunidade
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Segundo o responsável pelo projeto, engenheiro Léo Katz, os custos foram reduzidos graças à capacidade de negociação da comunidade. “Não é de hoje que sou voluntário, então isso na hora de chegar a uma empresa. Além disso, o juiz acreditou, a Alsepro acreditou e agora temos ele pronto.”

Katz destaca o envolvimento da população para garantir a finalização da obra. “A comunidade querendo, faz. Nossos antepassados faziam praças e igrejas, e hoje fazemos presídio porque o Estado se furtando.”

O espaço agora está sob a administração da Susepe, que deve enviar dez agentes femininas para garantir a ocupação.

Secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer ressaltou a capacidade de mobilização das organizações no Vale do Taquari

Secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer ressaltou a capacidade de mobilização das organizações no Vale do Taquari

Espaço para ressocialização

Uma das principais preocupações do Judiciário é garantir projetos para ressocializar as detentas a partir da oferta de cursos técnicos. De acordo com o juiz da Vara de Execução Criminal, Luís Antônio Abreu Johnson, já existem conversas com entidades especializadas em cursos profissionalizantes. “Vamos desenvolver convênios com Senai e indústrias locais para trazer oportunidades de trabalho para dentro do presídio.”

Johnson ressalta o objetivo de garantir vida digna para as presidiárias após o cumprimento da pena. “Esperamos que quando ela sair tenha oportunidade de trabalho e consiga conviver na sociedade.”

Na avaliação dele, iniciar a ocupação abaixo da lotação máxima é fundamental para desenvolver um trabalho de recuperação.

2016_11_26_anderson-lopes_inauguracao-presidio-feminino-lajeado-cesar-schirmer-3Sistema de permuta

As vagas no presídio serão ofertadas para presidiárias de Lajeado detentas em outras cidades. A proposta do Judiciário local é que para cada mulher enviada para as novas instalações um homem detido do masculino natural de outras regiões seja reencaminhado ao município de origem.

Para garantir a detenção de criminosas da região, o Judiciário adotou o sistema de permuta. Dessa forma, para garantir uma vaga feminina, o presídio masculino abre uma vaga para detentos de outras cidades. De acordo com o presidente do Conselho Comunitário de Presídios, Miguel Feldens, essa medida trouxe enormes prejuízos à região. Com a nova estrutura, a expectativa é que os presos enviados a Lajeado retornem para suas cidades de origem.

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Governo não prevê ocupação

A infraestrutura do novo presídio é composta por oito celas com capacidade para nove pessoas cada, sendo uma adaptada para deficiente. Outro espaço está pronto para receber até 20 detentas. Nele devem ser colocadas as mulheres que trabalham durante o cumprimento da pena. Também foram construídas duas salas multiuso, onde podem ser ministradas aulas e serem feitas pequenas audiências.

O local foiinaugurado com a presença do secretário de segurança pública, Cezar Schirmer. Durante o discurso, ele elogiou a iniciativa da comunidade de custear a construção. “O que acontece em Lajeado é exemplo para o Brasil e para todo estado. O que está sendo feito aqui deve se repetir em outras cidades.”

Schirmer também lembrou das dificuldades financeiras para explicar a falta de discursos para a obra. “Não é possível esperar que tudo seja feito pelo estado, é necessário a união para construção de um bem coletivo.” Em coletiva à imprensa o secretário foi questionado sobre a data para iniciar a ocupação do local. Mesmo garantindo ter preça em inicar o processo, ele não definiu uma data. “Não posso afirmar com segurança, mas certamente nessa semana ou na próxima. Em tese, imediatamente.”

Casas menores

Para evitar a superlotação do novo presídio, Schirmer defende a criação de espaços com menor capacidade para detentos de menor perucolosidade. “Até julho do ano que vem vamos criar dois grandes presídios, e agora procuramos parceiros para construção de presídos menores, com até 300 vagas.”

Ele defende ainda o investimento em ressocialização e cursos de capacitação para a população carcerária. A diretora do Presídio Feminino, Rita de Cássia Donino Antocheviz, garante que esse trabalho será inplementado no local. “Queremos escola e trabalho, é por aí que começamos a recuperação das detentas.” Rita destaca o fato de as detentas receberem uniformes como uma das principais características do local.

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