Estado inaugura hoje presídio feminino

Vale do Taquari

Estado inaugura hoje presídio feminino

Novo complexo pode reduzir superlotação da penitenciária masculina de Lajeado

Estado inaugura hoje presídio feminino
Vale do Taquari

O Estado realiza hoje, às 10h, a inauguração do Presídio Feminino de Lajeado. Concluída faz três meses, a obra foi construída com doações da comunidade, das penas alternativas do Judiciário e do governo municipal, e deve reduzir a superlotação do presídio masculino da cidade.

De acordo com o diretor do Fórum da comarca de Lajeado, juiz Luís Antônio de Abreu Johnson, o presídio receberá condenadas da região que hoje cumprem pena em outros municípios por meio do sistema de permuta.

As presidiárias devem solicitar a transferência para Lajeado. Caso o processo seja deferido, o município enviará um detento para a comarca onde a mulher cumpria a sentença. Hoje, entre 30 e 40 mulheres da região cumprem pena em cidades como Encantado, Guaíba, Porto Alegre, Torres e Santa Cruz do Sul. “Teremos uma redução no masculino igual ao número de transferências realizadas.”

No Vale do Taquari, apenas Encantado tem ala feminina. Com capacidade para 20 detentas, o espaço abriga oito mulheres originárias da comarca de Lajeado.

De acordo com o administrador da casa prisional, Gustavo Hamann de Freitas, além dos benefícios da permuta, a transferência para a região de origem ajuda a manter as relações familiares das detentas. “Facilita as visitas, pois hoje as famílias precisam se deslocar, às vezes, para cidades muito distantes.”

Conforme a Susepe, inicialmente dez agentes farão o controle das mulheres, que serão deslocadas gradativamente para o novo complexo. O presídio tem capacidade para 75 detentas, mas os trabalhos devem começar com 40% da capacidade. Em todo o RS, existem 749 vagas femininas para uma população de 1.954 presas.

Alto custo

A construção do presídio feminino custou R$ 850 mil, valor considerado baixo na comparação com outros complexos semelhantes construídos pelo Estado. Estima-se que a obra custaria mais de R$ 3 milhões caso fosse realizada por meio de licitação.

Os custos operacionais do complexo chegam a R$ 200 mil por mês. Estão incluídos a folha de pagamentos dos agentes penitenciários, gastos com diárias nos fins de semana, alimentação, energia elétrica, água e outras despesas do cotidiano prisional.

A estrutura construída inclui alojamento para os servidores. Tem nove celas, além de salas de educação, trabalho, saúde, assistência social, alimentação e revista.

Albergue funcionando

Em março deste ano, a Susepe autorizou o funcionamento do novo albergue para presos do semiaberto. Também construída sem recursos do Estado, a obra foi concluída em dezembro de 2015 e ficou três meses ociosa devido à ausência de licenciamento ambiental e do Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI).

O investimento chegou a R$ 220 mil e também foi custeado por meio de doações e de recursos das penas alternativas. Assim como o presídio feminino, o albergue foi erguido graças à mobilização do Tribunal de Justiça (TJRS), Ministério Público (MP), Comunidade Carcerária, Associação Lajeadense Pró-segurança Pública (Alsepro) e município de Lajeado.

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