Painel compara clubes a empresas de varejo

Lajeado

Painel compara clubes a empresas de varejo

Diretor de Marketing do Inter palestrou na CDL

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O Projeto Nossos Cases, Nossas Histórias recebeu o diretor de Marketing do Sport Clube Internacional, Gildo Sibemberg. Ele apresentou painel contando a trajetória profissional, iniciada no varejo, e as campanhas realizadas no clube de futebol. Entre elas, a 100 anos 100 mil sócios.

Professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Sibemberg atuou como diretor das lojas Gang até 2015.

Para ele, a principal diferença entre o marketing de varejo e o esportivo é a paixão dos torcedores, que garante fidelidade total à marca.

Sobre a campanha que ampliou o quadro social da empresa, Sibemberg lembra que o número de associados do clube era de cerca de cinco mil em 2000. Com a vitória da Libertadores em 2006, o número passou para 66 mil. “Com a campanha, chegamos hoje ao número de 117 mil sócios.”

Segundo o diretor, as empresas de varejo precisam estar conectadas às novas tecnologias para compreender seus clientes. Lembra que hoje a população fornece dados que podem ser interpretados pelos lojistas.

“É um momento único na história em que nossos hábitos são catalogados diariamente pelas redes”, aponta. Para ele, saber reconhecer as tendências a partir desses dados é fundamental para a tomada de decisões empresariais, ainda mais diante de uma nova geração de consumidores cada vez mais conectados.

“Nenhum clube e quase nenhuma empresa sabe gerenciar as crises”

A Hora – Como o provável rebaixamento do Inter influencia nas estratégias de marketing? É possível aumentar o quadro social e o faturamento em produtos na série B?

Gildo Sibemberg – Eu prevejo um aumento em virtude dos cases de sucesso como o Grêmio e o Corinthians que tiveram crescimento no número de sócios, assim como as vendas de produtos. Acho que deve ter uma queda inicial, causada pela desmotivação do rebaixamento. Mas, assim que recomeçar o mercado de futebol, e dependendo dos resultados em campo, deve voltar a crescer. Se ganharmos o sétimo título gaúcho seguido, começamos a criar um clima positivo. Conversei com o diretor do Figueirense que diz que às vezes é pior jogar a série A. Porque na B eles estão sempre entre os líderes, o torcedor vai ao estádio e está sempre em uma vibração positiva. O próximo ano será um desafio, mas acredito em crescimento.

Hoje o Inter precisa lidar com uma realidade de crise, assim como a vivida por muitas empresas devido à recessão. Como fazer marketing em um cenário de crise?

Sibemberg – A principal medida é criar um departamento de gestão de crise. Quando estamos em crise, no clube, ninguém fala nada no microfone sem ter estabelecido uma estratégia para pensar em como gerir esse cenário. No calor do empate com a Ponte Preta no Beira-Rio, saiu da boca do Fernando Carvalho a expressão pá-de-cal. Totalmente desnecessário para o momento do clube. A grande dificuldade é a mídia pós-jogo que precisa de explicações para a torcida e buscando um furo de reportagem. Nenhum clube e quase nenhuma empresa sabe gerenciar as crises. É preciso de tempo para reunir uma equipe e definir uma estratégia sobre o que falar. O planejamento precisa estar ligado ao marketing.

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