Moradores pedem saída da Apama

Lajeado

Moradores pedem saída da Apama

Vizinhos e entidades locais convocaram o governo para tratar sobre o assunto

Moradores pedem saída da Apama
Lajeado

Situações causadas pela presença da ONG Amando, Protegendo e Ajudando Muitos Animais (Apama) no bairro Alto Conventos são motivo de reclamações.

Moradores criticam o mau cheiro e o barulho causado pelos mais de 300 cães abrigados na sede da associação.

Tal conflito foi tema de reunião na noite de ontem, na Escola Municipal de Ensino Fundamental São José. Ao todo, 25 moradores participaram do encontro, a fim de expor problemas e debater soluções. Além dos vizinhos, estiveram presentes representantes da administração municipal e o empresário Léo Katz, que propôs a melhora da infraestrutura já existente na Apama.

A audiência foi organizada pelo agricultor Gilberto Penz, 50, que reside nas proximidades da Apama e se preocupa com a possibilidade de permanência do canil no local. “Estou dando o pontapé inicial. O problema ocorre faz anos, mas ninguém queria se indispor. Vamos discutir.”

Ele relata que conversou com seis moradores das imediações e todos relataram os mesmos problemas. Para resolver, seria necessário arrumar outro lugar, mais afastado, para a instalação do canil da ONG. Hoje, a iniciativa funciona na chácara da presidente, Ana Rita de Azambuja

“Eu não sei. Acho que perderam o controle da situação, ao colocar tantos cachorros no mesmo lugar. Acredito que deveriam fazer junto do canil municipal”, comenta Penz. Ele questiona quem seriam os responsáveis por fiscalizar as ações da ONG, e por que o município não estaria mais repassando verba para a entidade.

O agricultor conta que passa noites em claro, e já presenciou situações constrangedoras devido à presença dos cães. “Estes dias, o padre precisou parar a fala no velório por causa do barulho dos cachorros. É um problema complexo, que precisamos resolver.” Outro situação relatada por Penz é a fuga dos animais, que acabam entram no campo do Esporte Clube Estudiantes e até nas salas de aula da escola São José.

A diretora da escola, Fabiana Butriz Sehn, confirma que situações como essa ocorrem desde o ano passado. Os cachorros chegam a urinar e defecar no local. “Não é que sejamos contra a Apama. Mas precisamos de uma solução.” Nenhum problema mais grave ocorreu. Porém, há temeridade quanto à possibilidade de acidentes. “Eu não sei até que ponto são dóceis. Se as vacinas estão dia. Gera um transtorno eles estarem soltos.”

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Responsabilidade é de todos, diz secretário

O secretário do Meio Ambiente, José Francisco Antunes, afirma que, quando houve reclamações sobre a entidade, foram feitas vistorias e melhorias. Mas nada foi trabalhado para a troca de localização da entidade. Ele garante que o município faz o possível para controlar a situação e ajudar a Apama e outras ONGs.

“Quando assumimos não tinha nenhuma estrutura. Criamos novas leis, ajudamos com castrações, cirurgias, atendimento veterinário. Mas precisamos de auxílio. Não há recursos suficientes para toda essa demanda.”

Antunes ressalta que não é só responsabilidade do município e das entidades, mas da própria população melhorar a situação e cuidar dos animais domésticos. A um mês do fim desta administração, ele acredita que cabe à nova gestão municipal definir o que será feito a respeito.

Secretário de Meio Ambiente diz que, por lei, canil está em uma área permitida

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Aguarda a reunião

A presidente da ONG, Ana Rita Azambuja, não participou da reunião. À tarde, ela afirmou que aguardaria o encontro para falar sobre o assunto. “Até me surpreendi. Poderiam ter vindo falar comigo. Sempre estamos abertos a sugestões. Vamos escutar, ver o que vão falar e então nos posicionar.”

Em relação à presença de cães nas ruas próximas à Apama, ela afirma que, eventualmente, alguns cães escapam. Porém, nem todos seriam da entidade.

Hoje, a entidade abriga 300 cães. Alguns retirados das ruas com graves lesões. Depois de castrados e vacinados, são colocados para adoção.

A Apama funciona faz dois anos. A despesa mensal da entidade é de pelo menos R$ 30 mil. Estima-se que haja R$ 80 mil em dívidas com atendimentos veterinários.

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