Ruído em excesso prejudica o organismo

Saúde

Ruído em excesso prejudica o organismo

Muito além de danos na audição, os barulhos contínuos podem causar problemas neurológicos

Ruído em excesso prejudica o organismo
Vale do Taquari

O ruído é considerado a terceira causa de poluição no planeta, depois somente da água e do ar. Também é o principal causador da perda de audição. De uso comum hoje, os fones de ouvido com música alta contribuem para danos auditivos.

Segundo a fonoaudióloga Sandra Weber, o ideal é utilizar headphones, em vez dos fones que são introduzidos dentro do conduto auditivo, pois esses amplificam ainda mais o som. O som sempre deve ser baixo, e não passar de 50% da capacidade do volume. O ideal é fazer intervalos depois de duas horas de uso, diz Sandra. “Ouvir continuamente ou dormir de fones de ouvido pode trazer problemas auditivos e de saúde em geral.”

A música em volume excessivo também é considerada ruído, e isso não afeta somente o sistema auditivo. O organismo é atingido de uma forma sistêmica, com efeito cumulativo. “Isso não se percebe nos primeiros anos de exposição.” Entre os sinais, estão zumbido, tontura, dor de cabeça, dificuldade digestiva, irritabilidade, dificuldade de concentração e pressão alta.

Esses danos se estendem a problemas neurológicos e efeitos negativos no sistema endócrino e digestivo. Segundo Sandra, a pessoa pode ter essas queixas, mas nem imagina que seja por conta da exposição à música alta, por jogar videogames com amplificadores ou por conta do barulho no ambiente de trabalho. “O trânsito também é uma fonte de ruído e estresse.”

Em casa, o ruído de itens como liquidificador, secador, aspirador, cortador de grama, lava a jato e furadeira pode ser de risco para a saúde. A dica é atentar quando comprar um eletrodoméstico e verificar qual o ruído especificado no selo do equipamento. Quanto menos ruído produzido, melhor. Se não tiver forma de reduzir o ruído, deve-se diminuir a exposição e usar o protetor auditivo. “Tanto o plug quanto o concha funcionam. Depende da adaptação.”

Segundo Sandra, essa é uma questão importante até mesmo em sala de aula. Às vezes o aluno tem baixo rendimento porque a escola é localizada em uma rua barulhenta, do lado da sala tem um ginásio de esportes, corredor com pessoas falando o tempo todo, então, tudo influencia e deve ser percebido, diz.

Proteção natural

A cera de ouvido é uma produção das glândulas ceruminosas que estão dentro do conduto auditivo. Ela tem a função de lubrificar e proteger de corpos estranhos. Segundo Sandra, quando se fala e mastiga, se faz um movimento autolimpante, que traz a cera para fora. Depois do banho, o correto é usar a ponta do dedo ou uma toalha para remover o que já foi expelido, diz. “Não é sujeira, é uma proteção natural do ouvido.”

Com o uso da haste flexível, pode-se empurrar a cera ou machucar o conduto, que é bastante sensível. Em algumas pessoas, esse sistema auto-limpante não funciona, diz a fonoaudióloga. “Geralmente, elas produzem mais cera ou o conduto é pequeno e deixa acumulado.” Nesses casos, é necessário visita ao otorrinolaringologista periodicamente para remover a cera. Mas esses são casos que fogem à regra.

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