Os próximos três anos de gestão da Univates começaram a ser decididos ontem, data em que iniciou o processo eleitoral para a reitoria da universidade.
Uma única chapa concorre ao pleito, mantendo a mesma composição da atual gestão, com Ney José Lazzari para o cargo de reitor e Carlos Cândido da Silva Cyrne como vice.
A votação ocorre até o dia 23 e é aberta à comunidade acadêmica e aos membros do conselho da Fundação Vale do Taquari de Educação e Desenvolvimento Social (Fuvates), mantenedora da Univates.
O pleito ocorre em urnas eletrônicas e tem o apoio da Justiça Eleitoral de Lajeado. Para o juiz eleitoral Luís Antônio de Abreu Johnson, é a primeira vez que os equipamentos são utilizados em uma universidade gaúcha.
Entre as medidas previstas pela reitoria para o triênio, está a transformação do hoje centro universitário em universidade, previsto para ocorrer até o início de 2017. Os gestores também pretendem priorizar as atividades do Tecnovates.
38 anos de Univates
Reitor desde 1999, Lazzari iniciou a relação com a Univates em 1978, ano em que ingressou no curso de Economia. Nos últimos 33 anos, atuou como professor e dirigente da instituição. Para ele, estar à frente da universidade é fazer parte de um grupo de trabalho com grandes causas.
“O que temos conquistado aqui é resultado do esforço de pessoas que acreditam e depositam suas esperanças de transformar a sociedade por meio de uma educação de qualidade”, afirma. Lazzari também ressalta o papel da instituição no desenvolvimento regional. Segundo o reitor, a Univates assumiu áreas de concentração de esforços a partir das necessidades e potencialidades do Vale do Taquari, principalmente no campo dos alimentos e do meio ambiente.
De acordo com Lazzari, as pesquisas da Univates têm preocupação com o desenvolvimento do entorno da universidade e um enfoque próximo às demandas regionais.
“Nos últimos 20 anos, a Univates sempre teve crescimento. Este é o primeiro ano em que o número de alunos diminuiu.”
“Precisamos nos adaptar a este cenário e encontrar novas formas de trabalho para superar este momento de crise”
A Hora – Qual a sua expectativa quanto ao pleito eleitoral e qual a importância do voto de toda a comunidade acadêmica mesmo em uma eleição com chapa única?
Ney José Lazzari – Nos últimos anos a Univates contrata consultorias externas para avaliar a satisfação de dirigentes, gestores e coordenadores de curso em relação ao grupo de trabalho que conduz a instituição. Nosso retorno tem sido muito positivo e as pesquisas mostram que estamos em sinergia com as expectativas dos corpos docente, discente e administrativo. Até por essa razão estamos nos comprometendo a trabalhar por mais quatro anos conduzindo a consolidação da Univates. Nossa expectativa é ter um bom número de votantes. Isso é muito importante, pois é o momento que a comunidade acadêmica tem para validar se quer seguir nesse caminho ou sinalizar se quer mudanças.
A projeção para 2017 é que seja o primeiro ano com redução no número de alunos. Qual sua avaliação sobre o momento e quais medidas serão adotadas a partir desse cenário?
Lazzari – Nos últimos 20 anos, a Univates sempre teve crescimento. Este é o primeiro ano em que o número de alunos diminuiu. Precisamos nos adaptar a este cenário e encontrar formas de trabalho para superar este momento de crise. Nosso grande desafio é investir, pois sem investimento não conseguimos manter a competitividade no mercado, mantendo a autossustentabilidade. Mesmo que o país volte a crescer em 2017, o Ensino Superior ainda vai demorar para fazer a inflexão na curva. Além disso, com os cortes do Fies, temos o desafio de encontrarmos formas de financiamentos e resistirmos neste momento de grandes dificuldades, uma vez que a oferta de financiamentos que testemunhamos em 2014 jamais voltará a acontecer.
Quais são os investimentos previstos para os próximos anos da Univates?
Lazzari – Esperamos consolidar o crescimento da instituição com o (re)credenciamento do Centro Universitário como Universidade do Vale do Taquari. Estamos aguardando a visita do MEC, última etapa do processo. Estabelecemos como prioridade a consolidação do Parque Científico (Tecnovates) por meio de parcerias com empresas e com o setor público, ampliando as pesquisas e, consequentemente, fortalecendo os programas de pós-graduação. Precisamos formar alunos que não só possuam um diploma, mas tenham a perspectiva de gerar emprego também, e isso muda toda a estrutura curricular. O Tecnovates é símbolo dessa transformação. A Univates também está investindo na internacionalização tanto acadêmica quanto de pesquisas e transferência tecnológica. Ao longo dos últimos anos temos direcionado diversas ações nesse sentido e esperamos, em 2017, elevar consideravelmente as parcerias internacionais. Vamos investir em gestão, e, cada vez mais, na sala de aula, em novos métodos, novas práticas e novas ferramentas tecnológicas que tornem a aprendizagem realmente significativa. para os estudantes.
