Granizo prejudica as lavouras de tabaco

Vales do Taquari e Rio Pardo

Granizo prejudica as lavouras de tabaco

Afubra registrou 8,5 notificações neste ciclo. Perdas chegam a 100% nas áreas

Granizo prejudica as lavouras de tabaco
Estado

O retorno do mau tempo no fim da tarde de terça-feira, desta vez com chuva forte e granizo em vários municípios das regiões, trouxe mais danos à agricultura. Novamente a cultura mais prejudicada foi a do tabaco. Ontem os funcionários da Afubra passaram o dia recebendo telefonemas de associados sobre os prejuízos nas lavouras.

Em menos de dez minutos, a área com 105 mil pés de fumo do produtor Délio Ferreira, em Boqueirão do Leão, ficou toda destruída. O início da colheita estava previsto para a primeira quinzena de dezembro. “Cada pé tinha em média 15 folhas e não sobrou nada”, lamenta.

Ferreira estima que o seguro pague apenas 60% do total que seria colhido até o fim de janeiro. “A estimativa era de produzir mais de mil arrobas. Se a planta estivesse menor, poderíamos aplicar adubo. Na fase adulta, isso não é mais possível”, lamenta.

Fumicultor faz 30 anos, Ferreira diz que foi a pior tempestade de granizo já presenciada. O telhado quase quebrou devido ao peso das pedras, relata.

Após 18 horas, o granizo ainda estava acumulado na lavoura do casal Altair e Bárbara Ebert. Foram danificados 40 mil pés, plantados de forma escalonada para facilitar a colheita, que iniciaria nesta semana. “Ficamos sem chão. Trabalhamos muito para deixar o tabaco com boa qualidade e em poucos minutos perdemos tudo.”

As lavouras de milho e feijão também foram danificadas. As comunidades mais afetadas no município foram Vila Schmidt, Rio Pardinho, Colônia Piccoli e Macaco Branco, além de Banhado Grande e Rio Pardinho – interior de Gramado Xavier e parte de Herveiras.

Seguro ameniza prejuízos

Até esse sábado, já haviam sido registradas notificações de 8.533 mil associados (mais de 34 mil lavouras) das microrregiões de Candelária, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires.

Segundo o coordenador de Pesquisa e Estatística da Afubra, Alexandre Paloschi, o Sistema Mutualista recebeu 107.188 inscrições nesta safra. “Temporais são imprevisíveis. Quando o produtor perde 100% da lavoura em função do granizo e não possui seguro, precisa de até quatro safras para recuperar o prejuízo. Quando possui, recebe até 70% do que seria colhido.”

Para assegurar mil pés de fumo, são cobrados R$ 46,89 de cada associado. A partir do quinto ano sem registro de danos, é concedido desconto de 10%, percentual que chega a 40% após o 17º ano sem perdas.

Conforme Paloschi, o período de ocorrência de pedras de gelo apenas iniciou na região. No ciclo passado, 30.028 associados registraram perdas. O produtor também pode fazer seguro da estufa para amenizar prejuízos em caso de incêndio ou destelhamento. “Pagamos quando tem fumo armazenado no local.” O valor cobrado do associado é de R$ 94,72.

Na safra passada, foram 120 ocorrências. No ciclo atual, a Afubra recebeu 49 notificações, a maioria por incêndio.

Seguro Mutualista

Taxa cobrada do associado – 1 mil pés – R$ 46,89

Auxílio-estufa – R$ 94,72

Em 2015

30.028 associados com perdas

Ciclo atual até o sábado – 8.533 mil associados com danos

O prazo para aderir ao sistema mutualista terminou no dia 31 de outubro

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