O público lotou a Arena de Shows, na noite dessa segunda-feira, em um dos shows mais esperados da Expovale. A superprodução de Leonardo e Eduardo Costa recriou no palco um “cabaré”.
Durante a apresentação, eles cantaram músicas que fizeram sucesso nas vozes de Waldick Soriano, Reginaldo Rossi, João Mineiro e Marciano, Amado Batista e Trio Parada Dura. Clássicos como Fio de Cabelo, Borbulhas de Amor, Blusa Vermelha, Boate Azul e Garçom fizeram o público cantar junto.
De uma forma leve e descontraída, a dupla interagiu constantemente com a plateia, fazendo graça com assuntos relacionadas ao RS, como a dupla Gre-Nal e o chimarrão. A tradicional Querência Amada fez parte do repertório.
O casal Marlene e José Astor Schneider, de Marques de Souza, se emocionou ao ver os ídolos de perto. “Não tem palavras para descrever o que vi hoje, ver de perto esses ícones da música sertaneja é algo indescritível”, frisou Schneider.
Ele conta que durante o show relembrou muitos momentos da infância, quando os pais escutavam nos rádios de pilhas as músicas.
Público jovem também se encanta
Engana-se quem pensa que o somente o público mais velho assistiu ao show. Durante o espetáculo, muitos jovens cantavam todas as músicas. Entre eles, estava o vendedor Douglas Santos, 24, que assistiu à apresentação pela primeira vez no ano passado, na Oktoberfest de Santa Cruz do Sul. “Se eles se apresentarem aqui perto, vou de novo, pois, além das músicas serem muito boas, os caras são divertidos, falam bobagem e interagem com o público.”
“[…]o sertanejo de hoje ficou mais dançante[…]”
Antes do show, Leonardo e Eduardo Costa concederam uma entrevista irreverente para o A Hora e a Revista Gente que Faz, na qual citaram as inspirações, parceria e o movimento sertanejo.
A Hora – A palavra cabaré pode ter vários significados. Mas como vocês definem o cabaré de Leonardo e Eduardo Costa?
Leonardo – Cabaré é um lugar de felicidade, onde os homens vão para gastar dinheiro, descarregar a garrucha, gastar energia e curtir a mulherada, que faz o que muita mulher não faz em casa. Você sai de lá feliz, leve, maneiro, até os bolsos saem vazio, mas você sai com a alma limpa.
Vocês deram opinião na escolha do cenário e decoração dos shows? De onde veio a inspiração? Foram experiências pessoais?
Leonardo – Vivência no passado. A gente viu muitos cabarés em São Paulo. Tive até o prazer de ir para Las Vegas, eu e o Eduardo vimos lá o Moulin Rouge e pensamos em fazer um trem parecido com isso aí. Acho que as mulheres daqui estão até bem vestidas demais, acho que deveria tirar um pouco das roupas. Acho que elas deveriam subir ao palco mais peladas, até para fazer a alegria dos caras que estão assistindo aos shows. Trazemos as mulheres para as pessoas que vêm assistir a esse show.
Dentro da música é muito importante inovar. Este espetáculo é uma espécie de inovação?
Leonardo – É uma espécie de inovação, mas fizemos algo mais cult, de voltar um pouco de passado. Na verdade fizemos um assalto, roubamos músicas dos outros e regravamos. Tudo que a gente ouvia no passado, a gente só botou um arranjo novo, mas não saindo do original, dando andamento mais rápido. O sertanejo de hoje ficou mais dançante, a gente quis partir para esse lado, mas não saindo da música sertaneja.
O que mudou na música sertaneja desde que vocês começaram?
Leonardo – Mudou tudo, na minha época, demos um up no que Chitãozinho e Xororó apresentavam. Eles eram mais sertanejas, e eu e o Leandro viemos com Entre Tapas e Beijos, Desculpe mas Eu Vou Chorar, Pense em Mim. Logo em seguida vêm Bruno e Marrone, e Eduardo Costa, mais moderno ainda que Leandro e Leonardo, e de repente, vêm depois os universitários.
Eduardo Costa – Por isso que a música sertaneja se tornou a música que é. A música sertaneja não fica parada. Ela consegue atender todos os públicos, desde o rock até o samba, a música sertaneja está dentro desse esquema e a galera curte bastante.
