Com a chegada das férias escolares, as famílias começam a organizar as viagens. Entre os destinos mais procurados, estão os países do Mercosul e estados nordestinos. Segundo os profissionais do turismo, mesmo com a crise econômica e a alta do dólar, a venda de pacotes turísticos não foi afetada na região.
A agente de viagens Iedi Schnorr relata uma alta na procura por passagens nos últimos meses. “As pessoas estão se organizando com antecedência, o que é muito bom.” Entre seus clientes, a maioria tem se organizado com cerca de quatro meses de antecedência. “Os pacotes foram lançados há cerca de três meses, e metade deles está vendida.”
De acordo com Iedi, essa antecedência na organização é fundamental para conseguir os melhores preços. “Quem se antecipa sempre vai ganhar vantagem e quem deixa para última hora vai ter que pegar o que sobrou e pagar passagem e hotal mais caro.”
Entre os clientes de Inedi, as buscas por destinos dentro e fora do país são semelhantes. “Vem de tudo, tanto nacional quanto internacional, mesmo com essa alta do dólar da última semana.” Na avaliação dela, isso ocorre porque o dólar já esteve mais alto neste ano.
A situação é diferente para a também agente de viagens, Franciele Kristoff. Ela relata uma queda na busca por destinos internacionais e crescimento no turismo interno. “No decorrer deste ano, a grande parte das vendas foi para os destinos nacionais, em especial o Nordeste.” Mesmo com a redução, ela garante ainda ser possível encontrar bons negócios. “Com uma boa pesquisa ainda é possível conseguir valores acessíveis. Tem promoções de câmbio, dólar congelado.”
Para quem ainda não começou a programar as férias ou está com pouco dinheiro, Franciele sugere como alternativa a busca por destinos menos conhecidos. “É possível optar por destinos não tão requisitados. Têm inúmeros destinos dentro do nosso país em que se consegue valores justos.”
Necessidade de planejamento
O coordenador do curso de Administração da Univates, Sandro Faleiro, faz um alerta. “Quem começar a pensar nas férias agora vai pagar bem mais caro.” De acordo com Faleiro, as famílias precisam estar atentas com os gastos de fim de ano antes de pensar no destino da viagem. “É um período em que as receitas aumentam com a entrada do 13º e das férias, porém, também é a época de pagar contas como IPTU e IPVA.”
Para ele, a ideia é que a organização das férias inicie bem antes. “O ideal é começar a planejar, comprar passagens e reservar hotéis entre os meses de junho e julho.” Ele indica esse período por ser a época em que os resorts ainda não estão cobrando as taxas de ocupação.
Faleiro ressalta a importância de planejamento financeiro para evitar surpresas desagradáveis. “É importante que façam uma análise da situação familiar somando o que vai entrar e o que precisa ser pago logo.” Além dos impostos, Faleiro lembra dos descontos de férias e da compra de material escolar no início do ano, questões que impactam no orçamento.
O coordenador ressalta ainda cuidados necessários durante a viagem para não comprometer o orçamento. “É importante evitar usar o cartão de crédito para compras parceladas. O juro do cartão está em 400% e pode virar uma bola de neve.”
Aos que deixaram as reservas para última hora, Faleiro indica algumas possibilidades de bons negócios. “Uma saída é deixar para comprar no último momento, pois os hotéis que não atingiram lotação máxima baixam os preços. Porém, isso é um risco e pode não funcionar.” Outras alternativas são os destinos alternativos, como o interior do Uruguai e cidades longe do litoral.
