Cerca de 200 pessoas foram às ruas nessa sexta-feira para protestar contra os governos federal e estadual. As manifestações da região ocorreram em Estrela e Encantado. O grupo é contrário às propostas de reforma do Ensino Médio e à PEC 55, que limita os gastos da União nos próximos 20 anos. Outro alvo foram os consecutivos parcelamentos salariais promovidos no RS.
Em Estrela, cerca de cem pessoas se concentraram por volta das 8h na Praça Henrique Roolart. Pouco depois, o grupo se deslocou até a sede da 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Uma parte dos manifestantes entrou no prédio durante 20 minutos, em alusão à proposta de limitar os gastos públicos nos próximos 20 anos.
A manifestação seguiu com uma caminhada pelas ruas do centro. De acordo com a integrante do Cpers, Luzia Hermann, além da presença de professores e funcionários de escolas, o protesto contou com adesão de alunos da escola Vidal de Negreiros. “Durante a caminhada ainda eles ainda convidaram outros estudantes que se integraram.”
De acordo com Luzia, a população recebeu bem os manifestantes durante a caminhada. Ela avaliou positivamente o resultado da ação. “Tivemos uma boa adesão e ainda apoio dos alunos, que estão entendendo as nossas preocupações.”
Em Encantado, as escolas da rede estadual não tiveram aulas. Ao invés de fazer uma caminhada, os organizadores preferiram concentrar os atos em frente ao Instituto Monsenhor Scalabrini. A manifestação se estendeu das 8h até cerca de 16h.
Protesto ao longo do dia
Como em Estrela, os manifestantes contaram com apoio dos estudantes. Segundo a vice-diretora Miriam Dentee Bertelli, foi necessário pedir para alguns não irem até a escola por medida de segurança. Miriam explica que a principal motivação do protesto foram as medidas do governo federal. “Nós começamos a conversar dentro da escola sobre a PEC 55 e como ela impacta no futuro, e como os professores trabalham em outros colégios a ideia ganhou força.”
Na avaliação de Miriam, a presença dos educadores foi fundamental para a manifestação ganhar força. “Nós entendemos de forma muito clara que não adianta paralisar e ficar em casa, temos de ir para a rua.” A vice-diretora relata um quadro de decepção dos colegas em razão das medidas do governo federal e dos constantes parcelamentos de salário. “Isso está nos desanimando muito, por enquanto sabemos que vamos receber, mesmo parcelado. Mas tem o risco de não termos pagamento logo mais.”
Assembleia geral
Na próxima sexta-feira, 18, ocorre em Porto Alegre a assembleia geral do Cpers. Os sindicalistas do Vale organizam ônibus para o local.
Na reunião, o 8º núcleo do Cpers defenderá a ideia de não entregar as notas dos alunos. Dessa forma, o ano letivo não seria encerrado e impossibilitaria a elaboração do calendário de 2017.