A Expovale foi sede de reunião da CIC-VT na tarde de sexta-feira, 11. O encontro dos líderes empresariais da região abordou temas considerados fundamentais para o desenvolvimento do Vale, e inaugurou a bandeira da logística como uma das principais reivindicações da entidade.
Presidente da CIC-VT, Ito Lanius falou sobre o anúncio do Dnit que confirmou a inclusão de R$ 40 milhões no orçamento da União para a conclusão das obras de duplicação da BR-386, no trecho entre Estrela e Bom Retiro do Sul. “Esperamos que a obra seja retomada ainda neste verão.”
Lanius também destacou o movimento comandado pela CIC-VT em defesa dos projetos de geração de energia previstos para a região. Gerente de Energia da Certel, Julio Salecker falou sobre os avanços obtidos no setor após o início do movimento regional.
Segundo Salecker, os projetos seguem travados na Fepam, onde aguardam licenciamento ambiental. Porém, ressalta o respaldo de entidades como a Fiergs, e dos conselhos estaduais de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. “Antes não havia um regramento para os licenciamentos e tudo ficava a cargo da Fepam. Hoje, os CRH e o Consema regulamentam a questão, o que é uma evolução.”
Vice-Presidente regional da Federasul, Verno Arend falou sobre o avanço do movimento empresarial. Segundo ele, as crises econômica e política trouxeram caos ao país e o momento só será superado com a junção de forças entre a sociedade civil organizada.
“O empresariado normalmente tem aversão ao mundo político, mas faz parte da política no sentido macro da palavra”, ressalta. De acordo com Arend, a união do setor, com apoio das demais entidades representativas, pode representar soluções para os gestores públicos.
Fórum das Entidades
Presidente da Acil, Miguel Arenhart falou sobre o fórum das entidades de Lajeado. Segundo ele, o grupo de representantes da sociedade civil organizada decidiu se unir para discutir as questões de interesse da coletividade.
“Reunimos 13 entidades que agora se encontram periodicamente para tratar sobre os assuntos da cidade e buscar por soluções aos problemas”, aponta. Um dos projetos realizados pelo grupo foram as sabatinas realizadas com todos os candidatos à prefeitura.
Para ele, o papel dos empresários não é apenas cuidar de seus negócios, e sim se posicionar contra imoralidades que ocorrem na esfera política. Presidente da ACI-E, de Encantado, Marcos Tonin destacou a realização dos encontros com os prefeitos da cidade por parte da entidade. “Provocamos o debate e assinamos o compromisso de ajudar a administração pública.”
Saiba Mais
Os gargalos e avanços da estrutura logística no Vale do Taquari foram abordados no Caderno Tudo publicado em novembro de 2014. A publicação esmiuçou o histórico dos modais, suas potencialidades e ociosidades.
“Não temos informações atualizadas sobre a malha rodoviária”
A Hora – Qual será o trabalho da entidade para buscar soluções logísticas para a região?
Ivan Rosa – Esse trabalho começa com a formação de um banco de dados mais referenciados sobre logística. No caso das estradas, temos a atuação do Dnit, do Daer e da EGR, mas não temos informações atualizadas sobre a malha rodoviária total e os índices de pavimentação. Temos municípios ainda sem acesso asfáltico, o que é algo muito complicado. Buscamos parceria da Univates, La Salle e da Ufrgs para fazer esse levantamento e balizar projetos futuros.
– Qual a importância desse trabalho para o desenvolvimento do Vale?
Rosa – Para tudo que se queira produzir na região, temos que trazer matéria-prima e enviar o produto finalizado. Temos muitas industrias de transformação na região e toda essa produção precisa escoar. A logística é primordial e temos uma malha rodoviária ampla, porém defasada por um longo período sem investimentos em melhorias, principalmente nas rodovias estaduais.
– Quais os principais gargalos logísticos do Vale?
Rosa – Em termos de rodovias é o fim da duplicação da BR-386 e as obras de duplicação da ERS-130 no trecho entre Lajeado e Encantado. Os acessos asfálticos são muito importantes para os municípios porque muda o perfil da cidade. Quanto aos outros modais, principalmente o ferroviário e a hidrovia do rio Taquari, temos o problema das concessões. Apesar do Porto ser em Estrela, não temos acesso. Queremos esclarecer o que podemos fazer para aumentar o uso desses modais. Hoje, nenhuma empresa do Vale usa a malha ferroviária ou a hidrovia.
– O projeto de duplicação da ERS-130 causa divergências entre Daer e a EGR. Como a disputa entre os dois órgãos atrapalha o avanço da proposta?
Rosa – A rodovia é do Daer e está sob concessão da EGR. É realmente um imbróglio. A EGR alega não ter dinheiro e o Daer também. O que buscamos por meio da CIC foi realizar esse estudo de viabilidade ambiental, feito com o auxilio dos municípios. O próximo passo é a contratação dos projetos. Estamos falando em cerca de R$ 5 milhões para isso. Temos que estudar uma parceria para que a EGR possa custear esse valor, e depois buscar um financiamento para obra.