As obras de manutenção de estradas de chão estão comprometidas devido à escassez de diesel e brita na Secretaria de Obras (Sosur). Moradores de bairros mais distantes da área central reclamam a falta dos serviços e alertam para riscos aos motoristas em função de desmoronamentos e buracos em vias públicas, principalmente após as cheias de outubro.
Servidores concursados confirmam as dificuldades enfrentadas pela Sosur. Já os problemas nas vias são verificados em bairros como Conventos, Carneiros, Imigrante, Alto Conventos e Igrejinha. Na sexta-feira passada, ainda houve patrolamento, limpeza de valetas e colocação de brita na rua 1º de Maio, entre São Bento e Moinhos D’Água, e também a via Zeno Schmatz, no Bom Pastor.
No entanto, problemas mais graves, como o desmoronamento de parte da rua Pedro Ruschel Sobrinho, no bairro Carneiros, e a queda de um pontilhão que dava passagem sobre o Arroio das Antas, na rua Ottília Beuren Rockenbach, em Conventos, seguem sem previsão para reparos por parte da Sosur.
Nessa segunda-feira, no Parque de Máquinas, pelo menos uma patrola e dez veículos – entre carros e caminhões – estavam no pátio à espera de serviços mecânicos. Além disso, outro problema que atrapalha a equipe da Sosur é a falta de brita e diesel em estoque. Ainda, em turno único, os servidores só atuam entre 7h30min e 13h30min.
A última remessa de combustível comprada pelo Executivo já foi entregue, e não há previsão de nova aquisição. Para tal, o governo poderá encaminhar um contrato emergencial para garantir o composto necessário para os maquinários da Sosur e demais setores da prefeitura, como a Secretaria de Saúde (Sesa), por exemplo.
Queda de receita
Em 2015, a Lei Orçamentária Anual (LOA) para 2016 previa mais de R$ 23 milhões para serem aplicados em demandas da Sosur. Neste ano, o valor foi atualizado para R$ 36 milhões. No entanto, conforme dados disponíveis no site de transparência da administração municipal, só R$ 13 milhões foram efetivamente liquidados até ontem.
A queda de receita da Sosur também ocorreu nos três outros anos de governo do atual prefeito, Luís Fernando Schmidt. Em 2013, quando o secretário ainda era o vereador, Adi Cerutti, estavam orçados R$ 23,8 milhões para a pasta. Ao fim daquele ano, a secretaria gastou apenas R$ 14,8 milhões do valor relacionado.
Já em 2014 a Sosur teria, segundo previsão da LOA, R$ 35,9 milhões à disposição para obras de infraestrutura e manutenção. Tal como no ano anterior, os gastos efetivos ficaram bem abaixo do valor orçado. Em 12 meses, a secretaria gastou R$ 17,8 milhões. No ano passado, dos R$ 38,4 milhões previstos, o responsável pôde usar só R$ 16,9 milhões.
Procurado, o atual secretário de Obras, Osmar Rossner, não foi encontrado pela reportagem até o fechamento desta edição.