O próximo governo pretende adotar mudanças administrativas para adequar os gastos públicos com o cenário de instabilidade econômica. Para isso, o prefeito eleito, Paulo Kohlrausch (PMDB), pretende reduzir o número de titulares na condução das pastas.
O município tem sete secretários e pelos menos três serão cortados a partir de 2017. Os quatro novos gestores serão responsáveis pelo planejamento e condução de quatro grandes áreas. A secretaria de Gestão, por exemplo, agregará Fazenda, Administração e Planejamento. Elas serão conduzidas por Fabricio Renner.
Edson Mallmann será o gestor de Obras e Agricultura. A área ficará responsável pelos serviços de infraestrutura urbana e a agricultura. Educação, Cultura, Desporto e Turismo será conduzida por Mauro Heinen.
O titular da secretaria de Saúde e Assistência Social ainda não foi definido. Kohlrausch avalia se os setores farão parte da mesma pasta ou irão compor duas com gestores distintos. A definição será adotada até o fim do mês.
A redução dos custos permitirá aplicação em cursos e treinamento dos servidores para qualificar os serviços prestados.
O orçamento dos próximos quatro anos, juntos, devem somar R$ 80 milhões. Apesar de vultuoso, o recursos não será suficiente para intensificar projetos como obras de asfaltamento no interior. Kohlrausch afirma que o município tem condições de concluir a pavimentação asfáltica de Picada Santa Clara e Francisco Allgaier.
“Vou iniciar com a estrutura mínima e aumentar a qualidade dos serviços”
A Hora – Sabe-se que pretende fazer uma reestruturação administrativa no município. De que forma isso será feito?
Kohlrausch – Não irei reduzir o número de secretarias, apenas teremos um titular que irá responder por mais de uma área. Por exemplo, a Administração, Fazenda e Planejamento farão parte da Secretaria de Gestão. Essas são três áreas vitais como um todo para a gestão do município.
Um gestor para três setores importantes como Fazenda, Administração e Planejamento, que são o coração do governo, não pode prejudicar os trabalhos?
Kohlrausch – Depende como se percebe isso. Eu percebo que o secretário atua em nível mais tático e estratégico, não operacional. Precisamos otimizar os processos para fazer com que se consiga mais qualidade na gestão. Então acredito que é possível alguém com esse perfil comandar a secretaria. Teremos coordenadores fazendo o trabalho operacional, direcionado em áreas específicas.
Por que reduzir o número de cargos com status de secretaria?
Kohlrausch – Para reduzir custos e tornar a estrutura da máquina mais consistente. Para ganhar em segurança e velocidade em algumas áreas. Dessa forma, fortaleço o operacional. Quero ter mais pessoas neste campo. Precisamos fazer mais com menos. Não vejo uma previsão de melhora na economia nos próximos meses, por isso, precisamos reduzir custos. Vou iniciar com a estrutura mínima possível, mas aumentando a qualidade dos serviços.
Qual é o custo da manutenção dos sete secretários hoje?
Kohlrausch – A manutenção deles tem um custo de pelo menos R$260 mil ao ano. Isso em quatro anos resulta em R$ 1,2 milhão.
Onde será aplicado o valor economizado com a redução de três secretários?
Kohlrausch – Reduzir três secretários vai permitir aplicar R$120 a R$ 140 mil por ano em qualificação dos 248 servidores.
Qual o critério para a escolha dos nomes até agora?
Kohlrausch – Todos os nomes indicados tem graduação ou estão em fase de conclusão de pós graduação. São pessoas que tem conhecimento técnico. O meu critério é pessoal. Eles precisam ter lealdade com a ideia e os princípios do governo. Preciso de pessoas alinhadas com minha maneira de pensar. Meu critério é profissionalismo ao extremo, responsabilidade e transparência. Além disso, houve o critério político, como o envolvimento das pessoas com a liderança na comunidade.
Pretende reduzir CCs também?
Kohlrausch – Irei fazer uma reestruturação do plano de cargos e salários de toda estrutura administrativa. Isso é um ajuste, não um aumento de salários. Pretendo contratar o menos possível e quero trabalhar ao máximo com servidores concursados, mas dentro de uma outra filosofia de trabalho que valorize o funcionário e resulte em comprometimento com o trabalho.
Um dos teus projetos é a criação de Desenvolvimento Humano, focado na Educação Infantil. Tendo em vista um período de dificuldades, como viabilizar esse projeto?
Kohlrausch – Essa é uma obra que será feita em quatro anos. Quero concluir até a metade de 2019. Mas não é uma obra tão cara. A ideia é fazer um leilão do espaço onde a atual escola está funcionando. O recurso oriundo desse leilão vai resultar em um montante para quase concluir a obra. O leilão é uma fonte de recurso. Com o Estado não pensamos em buscar verba, mas com a União é diferente e iremos pleitear.