Cpers ameaça não encerrar o ano letivo

Vale do Taquari

Cpers ameaça não encerrar o ano letivo

Sindicato discute medidas de pressão para governo pagar salários e 13º em dia

Cpers ameaça não encerrar o ano letivo
Vale do Taquari

Os professores da rede estadual do Vale decidem na quarta-feira, 9, medidas para cobrar o pagamento em dia dos salários e do 13º. Em assembleia da categoria, em Estrela, duas propostas estão na mesa. A primeira é não encerrar o ano letivo de 2016. Para isso. os professores não fariam o fechamento de notas e nem entregariam os cadernos de turmas. A outra proposta é não iniciar as aulas em 2017.

A decisão final sobre os rumos do magistério será tomada em assembleia geral da categoria marcada para o dia 18 em Porto Alegre. Antes disso, o presidente do 8º núcleo do Cpers, Oséas Souza de Freitas, anuncia a adesão à greve geral no dia 11. A paralisação foi convocada por centrais sindicais para pressionar governo federal e congressistas a não aprovarem as PECs 241 e 55. “Este é o tema geral, mas vamos incluir a nossa reivindicação quanto aos salários dos servidores públicos”, afirma Souza.

Questionado sobre os prejuízos aos alunos caso os professores não entreguem os cadernos e as notas, Souza dispara contra o governo do Estado. “A sociedade é prejudicada por um governo que não a respeita”, afirma o dirigente sindical. Na avaliação dele, os funcionários públicos chegaram no limite após os sucessivos parcelamentos de salário promovidos pelo governo.

Linha de crédito para garantir 13º

Alegando escassez de recursos, o governo não garante o pagamento do 13º salário ao funcionalismo. Ao contrário de anos anteriores, não será possível pedir que os servidores peçam empréstimo ao Banrisul e o poder público arcar com juros para garantir o pagamento do benefício.

Uma das alternativas estudadas pelo secretário da Fazenda, Giovane Feltes, é pedir ao BNDES a abertura de uma linha de crédito especial para os estados quitarem o salário extra. A medida foi apresentada ontem em reunião dos secretários da Fazenda. Em contato com a reportagem, Feltes disse que não poderia responder questionamentos. Até o fechamento desta edição, o banco estatal não havia se pronunciado sobre essa possibilidade.

O Cpers critica a medida pensada pelo secretário. Souza classifica como “falta de respeito” a proposta de Feltes. “O governo se vale de ferramentas extras para garantir nosso direito. Esse dinheiro deveria já deveria estar nos cofres da Fazenda.”

Diferente do representante do magistério, a vice presidente do Ugeirm/Sindicato, Magda Lopes, prefere o empréstimo para garantir o pagamento. “O governo deveria ter previsto isso no ano passado, mas não houve planejamento. O servidor que receber, então, se o Estado conseguir vai ser bom para nós.”

Mesmo favorável à medida por garantir o depósito do 13º, Magda se mostra pessimista com a viabilidade. “Acho difícil de ser aprovado o empréstimo, pois teria de ser para todos estados.”

Desde o anúncio do novo parcelamento, os policiais civis do Vale estão em operação padrão. Com isso, as delegacias registram apenas ocorrências graves. Além disso, os agentes não participam de ações fora do horário de serviço. O atendimento normal retorna apenas após os salários serem pagos de forma integral.

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