Ciclone extratropical assusta os gaúchos

Estado

Ciclone extratropical assusta os gaúchos

Moradores e veranistas relatam o fenômeno

Ciclone extratropical assusta os gaúchos
Estado
CCR-aviso-ponte

O ciclone extratropical que atingiu o estado na semana passada deixou marcas nas praias gaúchas e na memória dos veranistas e moradores do litoral. Os ventos de até 150km/h e as ondas de cinco metros de altura destruíram dezenas de casas, levaram quiosques e passarelas, e modificaram totalmente a paisagem.

O lajeadense José Alfredo Schierholt, 82, estava chegando com a mulher na casa de veraneio, em Imbé, quando o fenômeno atingiu a costa. O fato aconteceu por volta das 10h, da sexta-feira, e os assustou.“Minha mulher não conseguia abrir o portão. Quando eu desci para ajuda-lá, a onda veio. Sorte que eu fechei rápido a porta do carro, se não tinha estragado”, conta.

A água não chegou a invadir a residência do escritor, mas dos vizinhos sim. “A construção é sobre as dunas, aí não teve o que fazer.” Além disso, ruas foram trancadas pela areia, que foi deslocada pelo vento. “Tenho casa em Imbé há cerca de quatro anos, e nunca tinha visto. Outras pessoas que moram lá há muito mais tempo também não haviam presenciado algo igual.”

Ana Lúcia Martini, 71, chegou no sábado a Xangrilá, onde veraneia faz cerca de 30 anos. A sua residência fica a quatro quadras do mar, e não foi atingida pelas ondas e ventos. Porém, ao aproximar-se da beira-mar, a lajeadense pôde ver os estragos. Assim como em Imbé, a areia tomou conta das ruas, a sujeira invadiu os quintais, e as passarelas que davam acesso à praia foram destruídas.

“Acho que a praia aumentou uns quatro metros, porque as dunas estavam bem recuadas. Comentamos que pareciam as falésias, do Nordeste, pois pareciam estar cortadas ao meio. Quem conhece vê que mudou muito”, comenta.

O policial militar aposentado, Dinarte Machado, mora em Cidreira faz 12 anos. No momento em que o fenômeno atingiu o estado, estava em casa, distante nove quilômetros da costa. Mas logo após a passagem saiu para ver a situação. “A água atingiu as casas e foi arrebentando tudo, calçadas, quiosques.” Ele conta que nunca havia visto algo do tipo. Foram seis ondas sequentes, de dois metros. “O susto foi grande. As pessoas corriam. Que eu saiba não houve pessoas feridas, mas muitos animais morreram.”

Estragos

Os maiores prejuízos foram registrados na praia do Hermenegildo, no litoral sul. Pelo menos 53 casas foram derrubadas e 20 correm o risco de cair. Segundo levantamento da Defesa Civil, os estragos chegam a R$ 10 milhões.

Água chegou ao portão da casa de veraneio de José Alfredo Schierholt, em Imbé

Água chegou ao portão da casa de veraneio de José Alfredo Schierholt, em Imbé

Chuva no feriado

Nesta quarta-feira, feriado de Finados, a chuva deve voltar a atingir o Vale, sem a combinação com o ciclone extratropical. O Centro de Informações Hidrometeorológicas da Univates (CIH) aponta que haverá predomínio de nuvens e pancadas a qualquer hora.

Já na quinta-feira, um ar mais seco e frio chega ao estado. Com isso, a nebulosidade diminui no decorrer do dia e o sol aparece na região. As temperaturas ficam amenas, e no início da noite pode haver sensação de frio.

Previsão

Quarta-feira – chuva

Mínima: 15ºc
Máxima: 24ºc

Quinta-feira sol entre nuvens

Mínima: 12ºc
Máxima: 22ºc

Acompanhe
nossas
redes sociais