Ação incentiva uso de plantas medicinais

Vale do Taquari

Ação incentiva uso de plantas medicinais

Prática milenar foi deixada de lado para a utilização de remédios industrializados

Ação incentiva uso de plantas medicinais
Vale do Taquari
oktober-2024

Helena Warken Weinzenmann, 59, cultiva a terra faz cerca de 20 anos. Proprietária de uma agroecologia em Forqueta, Arroio do Meio, a cada dia ela aprende mais sobre os benefícios das plantas à saúde.

Leitora voraz, apoia iniciativas de divulgação deste tipo de saber, como uma cartilha lançada nesta semana pelo Governo do Estado. Chamado de Diário do Autocuidado, o documento ensina a população sobre o uso de remédios naturais, que podem ser colhidos na horta de casa. Dez mil exemplares foram publicados e estão sendo distribuídos pelo RS.

A farmacêutica Sílvia Czermainski coordena a Política Intersetorial de Plantas Medicinais e Fitoterápicos da Secretaria Estadual da Saúde (SES) e foi uma das responsáveis por pesquisar as dez plantas citadas no diário.

Helena não faz pesquisas científicas, mas tem uma saúde invejável. Por meio do próprio corpo, sabe o quanto as plantas medicinais lhe fazem bem. O segredo, segundo ela, não está no uso para curar a dor, mas para preveni-la. Os temperos são os maiores aliados nessa empreitada. Em um espaço da propriedade de dois hectares, a agricultora colhe salsa, manjericão, sálvia, tomilho, cebola, alho, capuchinho, manjerona, alecrim, alcachofra, aspargos, entre outros.

Cada uma dá um sabor específico e um cheiro inigualável à comida. “É algo natural, não tem químicos, são saborosos e ainda fazem muito bem à saúde.” No terreno, ela ainda cultiva diversas frutas e chás, como cavalinha, menta, poejo, babosa e pulmonária. Algumas usadas para tratar dores de estômago, de cabeça ou como diuréticos e cicatrizantes.

Da dor de estômago ao câncer

Para a representante da SES, essa biodiversidade pode ser um propulsor para o sucesso da política fitoterápica. “O uso de plantas para a cura de doenças é uma das práticas mais antigas do ser humano.”
Ela garante que as chamadas práticas integrativas não servem só como assistência à saúde, mas têm eficácia comprovada até na oncologia.

Do interior ao apartamento

Em tempos de construções verticais, Helena dá a dica para os moradores de apartamentos. “É só plantar em vasos ou numas caixinhas. O que elas precisam é de luz e água”, ensina. Assim como a cartilha do Estado, há outras inúmeras fontes de pesquisa. “O povo não procura saber. Prefere ficar em seu quadrado. Mas a gente tem que procurar. Informação não falta.”

Dicas de chás

Marcela

Indicação: digestivo, antidiarreico, para cólicas e diminuir a pressão

Forma de uso: chá com de 1,5 colher de sobremesa em 300 mililitros de água, três vezes ao dia

Capim-cidró – capim-cidreira, capim-limão e capim-santo

Indicação: cólicas, sedativo leve, digestivo, calmante, para tosse, antifebril e diminui a pressão

Forma de uso: chá com 1,5 colher de sobremesa para 150 mililitros de água, três vezes ao dia

Cuidados: pode potencializar efeito de medicamentos sedativos. Evitar uso em casos de pressão baixa

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