Tabaco colhido apresenta boa qualidade

Vales do Taquari e Rio Pardo

Tabaco colhido apresenta boa qualidade

Aumento da área cultivada neste ciclo pode interferir no preço pago pela arroba

Tabaco colhido apresenta boa qualidade
Estado

Cerca de 10% da área plantada na safra 2016/17 está colhida. O tabaco atinge boa qualidade e produtividade. Em Sinimbu, a família Weachter cultivou 80 mil pés neste ciclo, sendo 25 mil da variedade pré-orgânica. Nesse sistema, utiliza apenas adubação química. Os demais tratamentos são naturais e sem uso de fertilizantes durante o processo de desenvolvimento da planta.

Se atingirem os padrões de qualidade exigidos pela indústria, o valor pago por arroba será 30% maior. “Teremos mais serviço com a limpeza, mas se der certo queremos ampliar no próximo ano a área de produção orgânica”, antecipa Charles, 46.

Na safra passada, a rentabilidade chegou a sete arrobas por mil pés. “Esta safra está ótima, muito boa de produtividade, qualidade, vai dar um bom peso”, diz.

O filho Maiquel, 26, está preocupado com a ocorrência de granizo e chuvas em excesso. “A umidade atrapalhou o crescimento e os temporais devastaram parte da lavoura. Fomos indenizados em 172 mil folhas no último ciclo”, relata.

Embora a quantidade colhida tenha ficado abaixo da expectativa, a remuneração compensou as perdas. Atingimos uma média de R$ 160 por arroba, conta Charles. Apesar da boa qualidade das folhas colhidas e a estimativa de produção maior, a incerteza quanto à comercialização preocupa, devido ao aumento da área cultivada na maioria das propriedades. “Ninguém falou em negociar algum reajuste com as fumageiras. Nós mantivemos a área, no entanto, muitos ampliaram. Quanto maior a oferta, menor será o preço”, acredita Ivani, 52.

Até o momento, foi colhido o baixeiro (primeiras folhas do pé). A colheita se estende até o fim de janeiro. Além do tabaco, a família aposta na criação de gado, suínos, caprinos e produção de melado, 250 quilos por ano.

Área reduzida

Diante do aumento das exigências para contratar diaristas, a família projeta uma redução de 10% na área para o próximo ciclo. Segundo Charles, a legislação trabalhista obriga o produtor a trabalhar apenas com a mão de obra familiar. “Exigem até banheiro químico na lavoura. Diante da oscilação do valor pago entre uma safra e outra, é melhor reduzir do que levar multa por descumprir as leis.”

Sem definição de preço

Conforme o gerente técnico da Afubra, Paulo Vicente Ogliari, as primeiras lavouras colhidas apresentam boa qualidade. Após as recentes chuvas, a planta cresce com mais vigor e deve gerar boa produtividade.

Neste ciclo, foram cultivados 300 mil hectares na Região Sul, aumento de 30 mil ha comparado com o ciclo anterior. O número de produtores saltou de 144 mil para 150 mil. “É reflexo da boa remuneração que em alguns casos chegou a R$ 180 por arroba. O oferta reduziu em 150 mil toneladas na última safra, devido as intempéries.”

Enquanto as atenções estão voltadas para a COP7 na Índia, que ocorre entre os dias 7 e 12, a Afubra finaliza o levantamento dos custos de produção e inicia as tratativas da nova tabela de preços com as indústrias.

No ano passado, não houve acordo. O aumento da arroba variou entre 9,5% a 12%, percentual definido por cada fumageira. As entidades representativas sugeriram 12,8%. “Se a oferta aumentar, o preço deve cair”, projeta. A compra inicia entre o fim de dezembro e início de janeiro.

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