Para oferecer melhores condições de acomodação aos mais de 300 animais abrigados pela ONG Amando, Protegendo e Ajudando Muitos Animais (Apama), um projeto prevê melhorias na infraestrutura do local.
A iniciativa será viabilizada nos mesmos moldes do trabalho realizado Presídio Feminino de Lajeado, por meio de doações de materiais de construção e com auxilio da comunidade. O projeto completo compreende dez etapas e será executado com a mão de obra de detentos.
Segundo a presidente da ONG, Ana Rita Azambuja, a proposta surgiu depois que o empresário Leo Katz visitou a sede da Apama, se sensibilizou e abraçou a causa. O projeto arquitetônico foi elaborado pela Tratto Arquitetura. A próxima etapa consiste na mobilização da população para executar a proposta. Segundo Katz, o objetivo é concluir a reestruturação do local até junho do próximo ano, mas isso dependerá das doações.
A primeira parte prevê a construção de 12 baias para abrigar pelo menos 50 animais. Segundo o empresário, o objetivo é fazer um espaço adequado para permanência dos cães em situação de fragilidade.
O projeto arquitetônico possibilita incluir 200 baias no local. Elas serão construídas dentro das normas exigidas e podem abrigar mais de um cão em cada uma. Cães muito brabos, por exemplo, ficam em baias separadas.
A segunda parte visa um muro no estacionamento. A terceira estabelece a construção de um depósito de ração para facilitar o trabalho das voluntárias e do funcionário da ONG. Nessa mesma fase, pretendem fazer uma sala de banho e um isolamento. Um novo conjunto de baias será feito em seguida.
Segundo o empresário, em seguida, pretendem isolar os espaços da Apama da residência da proprietária. Outra intenção é construir um espaço destinado a receber a comunidade. O objetivo é criar um quiosque com produtos para venda aos visitantes.
“Vamos oferecer casinhas de cachorro, camisetas e uma série de produtos destinados a angariar recursos para manutenção dos animais abrigados”, afirma Katz. O objetivo é criar um espaço destinado à convivência dos visitantes com os cães, estimulando o vínculo e promovendo a adoção.
Concluídas as adequações físicas, pretende-se criar uma política de incentivo à adoção. Para isso, pensam em adquirir um veículo para levar os animais aos parques e praças para exposição e doação. Uma fase, a longo prazo, prevê a construção de uma clínica veterinária para procedimentos clínicos, a baixo custo, aos animais recolhidos. “Queremos desenvolver campanhas de vacinação e buscar parceria com instituições e cursos de Medicina Veterinária para promover ações voltadas à saúde dos animais.”
Nova cultura
Além da reestruturação da sede, a iniciativa pretende estimular a mudança de comportamento das pessoas por meio do incentivo à castração e à responsabilidade com os animais. “Nós trabalhamos com a consequência e queremos solucionar essa situação.”
Segundo Ana Rita, a ONG quer fazer um trabalho de conscientização com as pessoas, para que elas entendam a importância do cuidado e o compromisso com o animal. “Um animal não precisa apenas de água e comida, precisa de atenção, amor e carinho. Ele pode gerar um custo que nem todas as pessoas preveem gastar quando ele tem uma doença. São questões que precisam ser levantadas, alertadas e as pessoas precisam pensar.”
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Situação financeira
A Apama atua faz dois anos em Lajeado. Segundo a presidente, além de recolher animais em Lajeado, já resgatou cães em Cruzeiro do Sul, Santa Clara do Sul, Boqueirão do Leão, Sério, Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires.
O poder público auxilia a ONG com duas castrações por semana, no Centro de Zoonoses. O número não é suficiente. Os animais recolhidos geram um custo alto para a instituição. Conforme ela, na maioria das vezes, eles apresentam tumores, fraturas, doenças de pele e precisam de tratamento veterinário. As castrações também oneram os cofres da ONG. “Dependendo do peso do cão, o custo supera os R$ 500.”
A despesa mensal da Apama é de pelo menos R$ 30 mil. O custo com ração é de R$ 10 mil. A ONG tem R$ 80 mil pendentes com tratamento veterinário. Doações e a promoção de eventos viabilizam a manutenção do trabalho. Caixas espalhadas por estabelecimentos comerciais recebem doações financeiras.
Além de abrigar e cuidar dos cães, a ONG encaminha os animais mortos para cremação. Aqueles encontrados na rua, mortos, são recolhidos e encaminhados para o serviço. “Essa não é nossa obrigação, mas não podemos deixar um animal na rua sendo estraçalhado pelos veículos.”
Voluntários
A ONG precisa de voluntários para auxiliar no cuidado dos animais como nos banhos, limpeza e organização. Também precisa de papelão, cobertores velhos, vermífugo e produtos para combater pulgas.
Doações
Os interessados em contribuir com o projeto de reestruturação do espaço físico da Apama devem contatar o empresário Léo Katz pelo 9995-4539. Também podem encaminhar mensagem via Whats App com o assunto.
Para colaborar com a manutenção do trabalho da ONG, é possível contatar as voluntárias pela página do Facebook ou pelo 9552-8190.