A sessão da câmara de vereadores realizada na quinta-feira à noite contou com a participação do presidente da Cooperativa Certel. Erineo Hennemann esclareceu as decisões tomadas á frente da instituição. O convite partiu da presidência da casa, diante do pedido da comunidade. Hennemann ressaltou que o aumento na cota capital em 25% na conta de energia elétrica serve para cobrir prejuízo na cooperativa de desenvolvimento.
O presidente ressaltou que a decisão tem o objetivo de penalizar os associados, mas contar com a cooperação de todos para reverter o quadro negativo. Hennemann atribui a instabilidade econômica, atrelada a investimentos altos que deixaram a desejar no quesito retorno financeiro. A soma de fatores negativos resultou na dívida de R$ 60 milhões na cooperativa de desenvolvimento. Enquanto a Energia acumula R$ 8 milhões de saldo positivo.
“A cota capital é importante para que a cooperativa tenha seu início, mas também é importante na hora em que haja dificuldades. A cooperativa é uma associação de pessoas e o associado tem essa responsabilidade. Assim como eu tenho responsabilidade como presidente. Então, tenho que estar junto dos associados para defender o que o merecem e precisam. Tenho que defender também a forma para que a cooperativa tenha resultado positivo”.
Apesar do aumento de 25% anunciado e aprovado em assembleia extraordinária, Hennemann salienta que a diferença é inferior a instituições privadas. As empresas de grande porte, que geram desenvolvimento e receita relevante para o município, terão aumento de 5 a 10%, com limite de R$ 10 mil. “Continuamos tendo a energia mais barata do país”, afirma.
História e infraestrutura
Durante esclarecimento, Hennemann ressaltou os primórdios da cooperativa, quando criada para atender a demanda local. Em 60 anos de existência, supriu a necessidade da comunidade e expandiu olhar sobre o horizonte. Hoje registram 60 mil associados, distribuídos em 48 municípios dos vales do Taquari, Caí, Rio Pardo e Paranhama e da Serra Gaúcha. Apesar de estar relacionada com a crise na entidade, o setor de desenvolvimento elevou a Certel para o ramo do varejo, da mesma forma, marcaram presença na fabricação de artefatos de concreto e provedor de internet (que foi vendido).
Outro fator em evidência é a manutenção da rede. Quando completou 58 anos, a cooperativa anunciou a troca do último poste de madeira por concreto. Em 4.293 quilômetros de rede, substituiu e fixou 65.384 postes. As melhorias, investimentos e preocupações em manter a qualidade no atendimento serviram como argumentos para buscar o apoio da comunidade. “Peço que os associados me deem credibilidade para continuar essas adequações”.
Comunidade organiza protesto
Por não concordar com o aumento de 25% sobre a conta de energia elétrica, o professor de História e especialista em Sociologia organiza protesto. A manifestação silenciosa está prevista para sábado, às 15h, em frente à sede da cooperativa, em Teutônia. Moacir Peters, 41, acredita que os sócios não devem arcar com o prejuízo da cooperativa de desenvolvimento. “Acho um absurdo, simplesmente criar um aumento que sim, irá se reverter em aumentos reais nas contas de energia. Que cobrem de quem criou o rombo”.
Peters ainda critica a forma de cobrança. Para ele, o prejuízo gerado pelo Desenvolvimento deveria ser custeado pelo mesmo setor. Como sugestão, aposta na revisão de gastos reais e no fechamento de toda área comercial. Não concordo com nada que está sendo feito. Acredifo que nós não devemos pagar pela lambança feita pela administração”.
