Adaptação interrompe atendimentos

Cruzeiro do Sul

Adaptação interrompe atendimentos

Obras foram exigidas pela Vigilância Sanitária. Local fica interditado por 90 dias

Adaptação interrompe atendimentos
Vale do Taquari
oktober-2024

O bloco cirúrgico do Hospital São Gabriel Arcanjo foi interditado, na quarta-feira, 26, pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e pela 16ª Coordenadoria Regional de Saúde. A atitude foi tomada durante uma inspeção de rotina, na qual os órgãos constataram irregularidades na parte física e organizacional.

O prazo para adequação é de 90 dias. Até lá, os serviços permanecerão paralisados. Para o coordenador da 16ª CRS, Ramon Zuchetti, o espaço seguirá bloqueado por mais tempo. Isso porque as mudanças exigidas dependem da aprovação de um projeto arquitetônico. “O Cevs deverá autorizar o projeto. Por isso, com certeza, vai se arrastar por mais de três meses”, afirma.

A reforma deverá incluir a troca do revestimento das paredes. Hoje, a cobertura é de azulejo e rejunte nos 50 metros quadrados do bloco, enquanto a legislação prevê reboco liso. “Esta troca permitirá que a limpeza e desinfecção sejam feitas mais facilmente.”

O fluxo do hospital, por onde transitam os pacientes, também deverá ser modificado. Isso exigirá a separação da sala do material de esterilização do bloco cirúrgico. Zuchetti considera que essa é a parte mais complicada da obra. “Hoje está tudo junto, e isso não é permitido. É algo gritante, precisa ser mudado.”

Mais controle

Ainda será necessário um maior controle sobre medicamentos fracionados, que não tinham identificação de data e lote; materiais de cirurgia, encontrados sem vedação e informações de data e composição; além da separação de roupas sujas e limpas. “É preciso que revisem para que haja uma maior precaução em relação à saúde dos pacientes e dos profissionais.”

Mobilização comunitária

A diretora do hospital, Elisabeth Centena, ainda não recebeu a notificação da Vigilância. Assim que estiver com o documento, pretende dar encaminhamento à elaboração do projeto arquitetônico. “Em cima disso poderemos calcular quanto vai custar”. As mobilizações comunitárias, realizadas desde que o hospital entrou em crise financeira, serão a única saída para as adequações.

“É um prédio antigo, tem 75 anos. Sabíamos que necessitava de alterações. A manutenção não era feita, como em outros hospitais da região. Agora, precisaremos nos unir, como fizemos das demais vezes, em atividades e eventos.”

População sai prejudicada

Para Elisabeth, os mais prejudicados com a interdição são os próprios moradores de Cruzeiro do Sul. Cerca de oito cesáreas eram realizadas todos no local, e agora deverão ser remanejadas, pelo governo, para outros municípios. As cirurgias eletivas de hérnia, que também eram realizadas no local, haviam sido canceladas em setembro. “Sabemos de toda a dificuldade financeira, mas temos que primar pelo cuidado da saúde”, defende Zuchetti.

Almoço para ajudar hospital

A Comunidade Evangélica Boa Esperança realiza no dia 13 de novembro almoço para arrecadar verbas ao hospital. A promoção é uma parceria com as comunidades de São Miguel de Linha Sítio, Nossa Senhora da Purificação, de Boa Esperança, e São Francisco, da Boa Esperança Baixa. O evento inicia às 9h, com apresentação dos escoteiros, celebração de ação de graças e almoço. À tarde, haverá música e pescaria. A entrada custa R$ 15 e pode ser adquirida nas comunidades organizadoras e no hospital.

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