Depois de quase 80 anos, a Casa da Paróquia Santo Inácio de Loyola foi demolida. A edificação foi derrubada ontem à tarde. No espaço, está previsto a construção de um novo complexo que contemplará a casa, secretaria e livraria paroquial.
O espaço foi construído na década de 19 40, passou por algumas reformas, mas foi tomado pelos cupins e não ofereceu mais condições de moradia aos párocos. Diante dos escombros, o padre Antônio Puhl afirma que a cena representa nostalgia e saudade. “Devemos dizer infelizmente. Mas essa demolição é necessária.”
As madeiras acumuladas revelam histórias e lembranças de quase um século. Para Puhl, apesar de necessária a construção de um novo prédio, o sentimento é de tristeza diante dos escombros. “Essa casa foi construída para o seu tempo. Ela foi propícia, meritória e acolheu muitos padres por volta destes quase cem anos. Mas ela não conseguiu resistir ao império dos cupins.”
Uma das intenções iniciais era fazer o restauro da estrutura, como ocorreu na igreja. Mas os levantamentos feitos mostravam a opção inviável. “Os estudos evidenciaram que era melhor fazer uma estrutura completamente nova.”
A demolição iniciou no começo da tarde e, por volta das 15h, as ruínas estavam todas no chão. A partir de hoje, os entulhos serão retirados para dar início à edificação. O investimento no novo prédio será de quase R$ 2 milhões. As obras do novo espaço devem ser concluídas até julho de 2017.
O projeto
A nova estrutura prevê a construção de nova secretaria e, ainda, uma nova moradia, separada para os dois padres que atuam na Igreja Matriz. A casa demolida abriga ambos os espaços, junto de cozinha e apenas dois banheiros para todos os funcionários.
Para viabilizar a obra, foram captados recursos por meio de eventos, rifas, bingos e doações. As obras de reformulação da paróquia coincidem com o aniversário de 135 anos. Hoje, a paróquia tem quase 30 mil fiéis nas 20 comunidades distribuídas na cidade. Dessas pessoas, cerca de quatro mil são ligadas à Igreja Matriz.
Reforma
A última reforma realizada pela comunidade, na igreja, ocorreu em 2011. Foi investido pouco mais de R$ 1 milhão no projeto, que foi autorizado a captar incentivos de R$ 810,2 mil pela Lei de Incentivo à Cultura (LIC).
Esses recursos foram utilizados para custeio de 60,8% da mão de obra e dos materiais necessários para o restauro, como substituição de rede elétrica, reforço nas lajes, troca de madeiramento das escadas internas, entre outros.