Conhecimento garante lugar no mercado

Vale do Taquari

Conhecimento garante lugar no mercado

Empresas do Vale procuram trabalhadores com experiência e formação técnica

Conhecimento garante lugar no mercado
Vale do Taquari
oktober-2024

Everton Santos, 25, mora em Lajeado e faz parte de um grupo de trabalhadores que espera recolocação no mercado. Ele está desempregado faz mais de dois meses. Trabalhou na área da construção civil e como garçom. Segundo ele, em nenhuma das ocupações teve carteira assinada e nunca foi exigida qualificação.

Ontem, ele foi até a agência da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS/SINE) de Lajeado para se candidatar à vaga de auxiliar de produção e repositor de mercadorias. As duas não exigem formação.

Conforme o coordenador do Sine, Oilquer Soares dos Santos, vagas nesse perfil são as mais procuradas e, nos últimos meses, têm sido menos ofertadas. Segundo ele, a maioria das oportunidades é técnica e exige conhecimento prévio da atividade, o que afasta os candidatos. “Eles analisam as opções no mural e, em muitos casos, não se dirigem até o balcão de atendimento por não se enquadrarem nos perfis exigidos para a vaga.”

De acordo com ele, diante da crise, as indústrias repõem apenas o necessário na área de produção e não ampliam o quadro de funcionários. Por isso, existe uma redução da oferta de vagas nessa área.

Neste mês, o Sine oferta 104 vagas. Desse número, 40 são temporárias destinadas para atividades de vigilante e auxiliar de limpeza para atuar durante a Expovale. Em média, todos os meses, o Sine oferece cerca de 35 vagas.

A maior parte das oportunidades, segundo Santos, exige experiência, estabilidade e qualificação. Com a economia retraída, as empresas estão seletivas e procuram profissionais preparados para atuar na área. “As empregadoras não estão interessadas em ensinar a atividade para o funcionário. O objetivo é absorver um trabalhador com conhecimento prévio da área. A mão de obra disponível no mercado garante que essa seleção possa ser feita.”

A estabilidade é uma das principais características analisadas pela empresa. Santos explica que o histórico e o tempo de permanência do candidato em empregos anteriores é determinante. “O trabalhador com mais rotatividade, ou seja, que fica cerca de seis meses, um ano ou até menos nas empresas não tem preferência na escolha.”

Além das empresas, alguns trabalhadores também são seletivos no momento da escolha. De acordo com Santos, os candidatos ficam insatisfeitos com a remuneração oferecida pela atividade e, em algumas situações, não optam pela vaga.

PrintRenda fixa

O empreendedorismo é uma das opções para conquistar um espaço no mercado. Em períodos de crise, essa possibilidade pode ser frustrada.

Isso ocorreu com Rui Piassini, 51. Ele já atuou como frentista, vigilante e no ramo gastronômico e está fora do mercado faz dois anos. Ontem, no Sine, buscava uma vaga que se encaixasse no seu perfil e esperava a sugestão de um dos atendentes da agência.

Segundo ele, depois de sair das atividades que tem experiência, tentou ser autônomo, mas não prosperou em virtude da crise. Para garantir uma colocação, fez um curso de atendente de farmácia, mas, apesar da qualificação, seu perfil não se encaixa na vaga. “Nesta área, normalmente, procuram mulheres para ocupar o cargo. Minha idade, muitas vezes, interfere no processo de seleção.”

Piassini fez um curso de gastronomia e desenvolve alguns trabalhos na área. “Em algumas situações, vou até a casa das pessoas, que solicitam meu trabalho, e cozinho para elas. Essa é uma atividade interessante, mas não garante renda fixa.”

Saldo de vagas positivo

Enquanto no país e no estado o desemprego apresenta índices alarmantes, no Vale a oferta de emprego se mantém estável. De janeiro a agosto, o Caged mostra que quatro das cinco maiores cidades da região apresentaram saldo positivo na relação de admissões e demissões.

Lajeado foi a única com mais desligamentos. Os maiores índices foram registrados de maio a julho. Em agosto, houve recuperação e o saldo foi positivo.

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