Capitão do tricampeonato da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970, o ex-lateral Carlos Alberto Torres morreu ontem, aos 72 anos. O ex-jogador, que trabalhava como comentarista da Sportv, sofreu um infarto fulminante.
Ex-jogador profissional, Adauto de Azevedo, 73, lembra da época em que Torres jogava nos clubes brasileiros e na seleção e era uma referência para todos os atletas que jogavam na Região Sul. “Sempre me inspirei na liderança e na maneira dele jogar.”
Azevedo conta que não teve a oportunidade de jogar contra Torres, mas que algumas vezes foi ao Estádio Olímpico para vê-lo jogar. “Mesmo com inúmeros craques nos times onde passou, ele sempre era o destaque por sua liderança em campo.”
Para Azevedo, de todas as partidas em que viu Torres atuar, a mais marcante foi assistida pela televisão. A final de 1970 vencida pelo Brasil por 4 a 1 sobre a Itália. “Aquele gol que ele marcou na final da Copa de 70 ficará para sempre na minha retina, aquela jogada foi fantástica.”
Biografia
Carlos Alberto Torres fez a última participação no SporTV nesse domingo, 23, durante o programa Troca de Passes. Ele estava em casa ontem, no Rio de Janeiro, quando sofreu o infarto. Segundo a TV Globo, Torres estava acompanhado do amigo e comentarista Ricardo Rocha quando começou a se sentir mal. Ele chegou a ser encaminhado para o hospital, mas não resistiu.
Além de comentarista, Torres era integrante do Comitê de Reformas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), grupo que estuda reformas em Código de Ética, Estatuto, Licenciamento e Registro, Calendário e Futebol Feminino. O grupo se reunia a cada dois meses para debater o assunto.
Torres marcou época no futebol brasileiro não só pela passagem na seleção, mas também pela carreira trilhada em clubes do país, como Santos, Botafogo e Fluminense. Foi tricampeão carioca pelo time tricolor (1964, 1975 e 1976) e pentacampeão paulista na equipe santista (1965, 1967, 1968, 1969 e 1973).
Ao pendurar as chuteiras em 1982, quando atuava pelo New York Cosmos, Torres iniciou a carreira de treinador com o título brasileiro de 1983 com o Flamengo. Passou por diversos clubes até encerrar a carreira no Paysandu, em 2005.
Mas a cena que ficará imortalizada no futebol é a da Copa do Mundo de 1970, quando levantou a taça Jules Rimet ao término da campanha histórica. Foram seis vitórias em seis jogos de um time que reuniu Pelé, Tostão, Jairzinho, Gerson e Rivelino.