Certel vende ativos para afastar dificuldades

Vale do Taquari

Certel vende ativos para afastar dificuldades

Dívida da cooperativa alcança R$ 60 milhões

Certel vende ativos para afastar dificuldades
Vale do Taquari

Com a venda da operação de internet, a Cooperativa de Eletrificação Rural do Vale do Taquari (Certel) garante o ingresso de R$ 20 milhões nos próximos meses. Desfazer-se de ativos e negócios que não estejam focadas na geração de energia é uma das alternativas da atual diretoria para tentar quitar a dívida da cooperativa, que hoje chega a R$ 60 milhões.

Além da CertelNet, vendida para a empresa Omega, outra operação que deve reduzir nos próximos meses é o varejo. Em 2012, a gestão acumulou uma dívida de R$ 130 milhões para os cofres da cooperativa. Apesar da crise que afeta o setor neste ano, os diretores garantem que a operação está “regular”.

O presidente da Certel, Erineo Hennemann, acredita em um fim de ano positivo. “Esperamos que com as vendas de Natal possamos fechar o varejo no azul.” Mesmo com a expectativa positiva para vendas, as atuações no varejo devem ser as próximas a serem vendidas. Nos últimos quatro anos, diversos estabelecimentos foram fechados e cerca de 200 pessoas demitidas. Hoje a Certel tem 34 lojas, pouco mais da metade de 2012.

Outra estratégia para sair da crise é a venda de ativos como imóveis. Apenas no bairro Carneiros, em Lajeado, a cooperativa tem 105 lotes inutilizados. Hennemann destaca a dificuldade para se desfazer dos ativos da empresa neste ano. “Neste momento o mercado não está comprador.”

Voltar esforço à energia

Entre todas as medidas adotadas pela atual presidência, a principal é voltar o foco para o setor de energia. Uma das medidas foi tomada no dia 11, quando uma assembleia extraordinária aprovou o aumento da cota capital.

Ficou determinado que nos próximos 24 meses os associados pagarão um valor equivalente 25% a mais, baseado na conta de energia do mês de setembro. Na prática, isso significa que os associados estão atuando como investidores de uma bolsa de valores, emprestando dinheiro para recuperar as finanças da Certel. O dinheiro pode retornar para eles caso saiam da cooperativa ou se for feita a distribuição das sobras.

Mesmo com o acréscimo, os dirigentes garantem que a conta de luz dos associados ainda será cerca de 18% menor que de outras distribuidoras. Hennemann prevê injeção de R$ 1,8 milhão por mês por meio dessa ação. “É importante salientar que isso não é um aumento de energia, pois os associados não perdem o dinheiro, mas podem recuperar ele posteriormente.”

A geração e venda de energia é o negócio mais rentável da cooperativa. Apenas em 2015, a operação gerou um lucro de R$ 8 milhões aos cofres da Certel. O bom resultado não garante a saúde financeira como um todo, já que no mesmo período o prejuízo acumulado foi de R$ 12 milhões. Além da venda de ativos, a suspensão de investimentos será outra tônica nos próximos anos da cooperativa.

Acompanhe
nossas
redes sociais