Depois de dois anos disputando o principal campeonato de clubes de futsal do país, o presidente Alexandre Heisler, em entrevista exclusiva ao A Hora, confirmou que a equipe ficará de fora da próxima edição. No lugar do time do Vale do Taquari, entrará o Joaçaba Futsal, de Joaçaba (SC).
A decisão de ficar fora da competição foi para reestruturar financeiramente o clube. Com atrasos nos salários de atletas e comissão técnica, além de dívidas com fornecedores, a equipe promove ações para arrecadar dinheiro. A última promoção foi o jantar-baile de aniversário, que reuniu cerca de 500 pessoas no Clube dos Quinze, nesse sábado. “Por meio delas, vamos quitando aos poucos esses atrasos”, esclarece Heisler.
Na primeira participação em 2014, o clube de Lajeado fez história ao ficar entre os dez primeiros colocados. Na atual temporada, foi eliminado na primeira fase. Para Heisler, o fato de não disputar a Liga Nacional não impede de participar de outras competições, como a Série Ouro e a Taça Nacional “Abrimos mão da Liga Nacional porque precisamos reorganizar o clube.”
Renovações do elenco
Heisler salienta que existem conversas para tentar manter a grande maioria dos atletas e comissão técnica para a próxima temporada. “Eles estão muito valorizados, temos enorme interesses em mantê-los, depende muito de negociações, vamos ter que reduzir custos.”
Agradecimento
Com o mandato encerrando em fevereiro de 2017, Heisler agradece a imprensa, poder público, patrocinadores, apoiadores e colaboradores da Alaf. Toda a diretoria, empresas que participaram da organização do jantar dos dez anos, restaurantes que forneceram almoço aos atletas durante as últimas temporadas; pais dos alunos dos núcleos sociais e da escolinha; professores dos projetos sociais e das escolinhas; torcedores que sempre estiveram no ginásio apoiando e também atletas e comissão técnica. “Agradeço especialmente a minha família, que me deu suporte durante estes dois anos e que me ajudou a concluir este trabalho.”
Projetos Sociais
Heisler também citou o projeto social, coordenado pelo professor Serginho Almeida, e que integra 140 crianças nos núcleos do Morro 25 e Olarias continuará em 2017. “O projeto é um convênio com a administração social, então, temos esse dever de continuar.”
Partida contra a AGF
A última partida pela Série Ouro de Futsal, diante da AGF, em Guaíba, ainda não tem data definida. Segundo Heisler, a Federação Gaúcha de Futebol de Salão (FGFS) aguarda o jogo entre Atlântico e América para definir a data. “Se o Atlântico ganhar, corre o risco desse jogo não sair, pois tanto nós quanto a AGF não teremos mais chance de classificação.”
“Abri mão da minha vida particular, do meu emprego para tentar manter a Alaf em atividade…”
Em entrevista exclusiva, o presidente Alexandre Heisler falou sobre diversos assuntos, entre eles, a reeleição e como espera ver a Alaf nos próximos anos.
Jornal A Hora – Neste ano, o clube enfrentou uma grave crise financeira que quase o fez paralisar os trabalhos. Como que está a situação?
Alexandre Heisler – A situação financeira continua complicada. Estamos com atrasos de salários, temos atrasos com fornecedores e estamos negociando tudo isso. Continuamos com receita muito baixa, perdemos diversos patrocínios, as receitas de partidas foram aquém do esperado. Estamos fazendo algumas promoções para tentar sanar um pouco a dívida, tipo a ação entre amigos, a venda de camisetas, o jantar-baile. Por meio delas, vamos quitando aos poucos esses atrasos. Em meio a tudo isso, estamos negociando com empresas para participar do projeto federal de 2017, que já temos aprovado, mas é uma receita que será utilizada apenas ano que vem.
Cerca de 90% dos clubes da Série Ouro sofreram com salários atrasados. O que pode ser feito para que em 2017 isso não se repita?
Heisler – Na verdade, precisamos de um maior apoio de mais empresas, mas, como está complicado, tentaremos manter os patrocínios que a gente tem, principalmente a Docile, Girando Sol, Sicredi, DMF e Rambo, que são patrocinadores principais, e tentar agregar outros, mas dependemos também que haja um campeonato gaúcho com um custo menor. O que os clubes precisam é de um campeonato em que a federação possa ajudá-los com a arbitragem e transporte.
Diversas ações foram feitas para atrair o torcedor e, mesmo assim, o público foi abaixo da média do ano passado. O que pode ser feito para mudar essa realidade?
Heisler – A gente fez de tudo, não saberia dizer o que inventar para mudar a realidade. Fizemos todo tipo de ações, promoções, talvez levar a Alaf para jogar em outros município, como fizemos com Cruzeiro do Sul.
Como espera ver o clube nos próximos dez anos?
Heisler – A gente espera conseguir reestruturar o clube. Que a gente consiga profissionalizar alguns setores da associação, mas o principal de tudo hoje para o clube é conseguir pagar as dívidas e manter um planejamento de atividades da equipe profissional e quem sabe, em breve, em um ou dois anos, a gente consiga dar a volta por cima e retornar para a Liga Nacional, mas se tivermos o apoio suficiente.
Seu mandato terminará em fevereiro, pretende ir à reeleição?
Heisler – Não pretendo ir à reeleição. Abri mão da minha vida particular, do meu emprego para tentar manter a Alaf em atividade, pois naquele momento uma pessoa precisaria estar em tempo integral para o clube. Minha família me deu o suporte para que pudesse largar meu emprego e ficar um ano sem remuneração alguma. Daqui a pouco, a gente continua na diretoria, mas não como presidente. Preciso retomar minha vida agora. Apesar da situação financeira complicada, consegui deixar um bom legado, que é um projeto federal aprovado para 2017, e quem sabe uma aprovação do projeto do Estado que será divulgado no fim deste ano. Aí a próxima direção pode dar sequência a esses projetos.