Caumo promete cortar três secretarias

Lajeado

Caumo promete cortar três secretarias

Entre os departamentos extintos, está o de Governo, hoje ocupado por Auri Heisser

Caumo promete cortar três secretarias
Lajeado
oktober-2024

Ainda em processo de transição até o dia da posse, o recém-eleito prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo (PP), afirma manter o discurso de campanha de renovação. Na montagem do secretariado, um critério é seguido à risca, “ninguém que já tenha ocupado alguma secretaria será nomeado”.

Inicialmente a posição não foi bem vista por progressistas mais antigos e com experiência administrativa. Apesar das resistências, Caumo se diz tranquilo quanto à articulação e garante que os mais experientes serão ouvidos pelo novo governo. Mesmo com minoria na câmara de vereadores, ele pretende não usar os cargos para negociar apoio com opositores.

A seguir, Caumo fala sobre as estratégias para enfrentar opositores e aprovar seus projetos nos próximos quatro anos.

A Hora – O que muda a partir do momento que o senhor tomar posse?

Marcelo Caumo – Aí é a hora de executar tudo aquilo que foi programado e apresentado para a comunidade. A montagem da equipe está fluindo. Nós definimos um critério principal para a montagem da equipe e deixamos todos os apoiadores da campanha cientes dele. Até o final do mês começamos a divulgar alguns nomes do secretariado.

E qual é esse critério?

Caumo – É renovação mesmo, dar oportunidade para novas pessoas, que não integraram cargo de secretários ainda. Então quem já foi secretário, não será agora. Nem do partido nem de outros partidos, o critério é não repetir nesse primeiro momento.

Quais outros critérios para escolher secretários?

Caumo – Uma afinidade da pessoa com a pasta que vai comandar, é o principal. Vejo que a melhor politica é atender bem o cidadão, então o secretário técnico que faz um bom atendimento passa a ser um ótimo secretário técnico/político, então é esse o critério que vamos adotar: renovação e afinidade com a pasta.

Como os políticos mais experientes do partido estão encarando essa determinação de não ?

Caumo – Isso tem muito a ver com nosso discurso de campanha. Nós demos preferência por falar no grupo em detrimento dos partidos. A montagem da equipe tem seguido essa lógica também. Tem essa relação direta da campanha com o mandato.

Essa política de renovação se mantém nos quatro anos de gestão?

Caumo – Esse é o critério para início de governo. Em time que está ganhando não se mexe, ou se mexe conforme as necessidades. Não somos contra por quem já passou, mas é um critério para início de governo e tomara que as coisas fluam bem pois acreditamos que é a mensagem que a comunidade nos repassou durante as eleições.

O senhor tem um legislativo desfavorável. Como pretende articular para manter o apoio desses políticos mais experientes mesmo sem cargos para ganhar força na Câmara?

Caumo – Vejo coisas diferentes. O país está pedindo para que as políticas boas para cidade e o país sejam aprovadas independente de cor partidária. Então nesse momento, na situação da Câmara, nós estamos confiando na montagem de uma equipe renovada, atendendo um anseio da comunidade. E com isso, apresentar bons projetos embasados na manifestação da comunidade, seja de conselhos ou entidades, que desejamos ouvir bastante. E passar por esse filtro da sociedade antes da Câmara e com isso fica mais fácil do vereador votar. E aí a ideologia política perde um pouco de força, porque é um anseio da cidade.

Existem informações de que o senhor manteria os secretários da Cultura e da Saúde da atual gestão. Isso está descartado?

Caumo – Fere o nosso critério, que é não repetir secretário, então não há possibilidade de nesse momento eles ocuparem qualquer secretaria.

Para uma dupla de gestores jovens, nomes com mais experiência no secretariado não fazem falta?

Caumo – A proposta de renovação foi uma das nossas marcas na campanha, e acreditamos que isso foi o que deu aval das urnas. Então, vamos dar início com esse propósito mesmo, de renovação. Não abrimos mão dessa experiência de forma alguma e seguimos tendo ótimos conselheiros, ótimos exemplos. Pretendemos compensar essa falta de experiência através de uma conversa mais frequente com os mais experientes.

O senhor acredita que políticos experientes e com histórico ficarão satisfeitos com um papel secundário, atuando apenas como conselheiros?

Caumo – Eu não vejo demérito nenhum nisso, cheguei a ser candidato sem ser secretário. O que faz toda diferença é o trabalho, e daremos condições para fazer um ótimo trabalho.

O vereador Lourival Silveira será o responsável pelo Sthas?

Caumo – Lourival preenche esse requisito de nunca ter sido secretário. A gente intende que é pertinente haver essa conjugação entre critérios técnicos e politicos e é um nome que se enquadra neste critério de nunca ter integrado uma secretaria.

O senhor abriu conversação com algum partido para buscar apoio na câmara?

Caumo – Não pretendemos fazer este tipo de negociação tão explicita como se aconteceu até hoje na história brasileira. Pretendemos sim e não tem problema nenhum conversar com vereadores individualmente, mostrar o que a gente pretende com cada projeto, tentar buscar afinidade deles, mas não fazer a troca de apoio por cargos, isso pretendemos fazer pelos quatro anos.

Durante a campanha o senhor teve apoio de líderes de grupos como Vem Pra Rua e MBL, eles farão parte do governo?

Caumo – Provavelmente. De convite fizemos apenas para o Lourival, outros nomes estão ainda trabalhando eles. Na secretaria de saúde estamos conversando com alguém que já trabalha nela, faz o serviço de regulação e possui uma grande experiência. O importante é o resultado do trabalho.

E qual resultado quer alcançar?

Caumo – Um atendimento satisfatório muito bom para a comunidade

Qual marca espera ter nos primeiros 100 dias de governo?

Caumo – Nós pretendemos nestes 100 dias ter um novo estabelecimento apto em atender a comunidade. Não é um prédio construído, mas é uma disponibilidade que surgiu no mercado e a gente já está entrando em contato para ver a viabilidade de contar com este prédio. Além disso há a negociação com a compra de vagas em creches particulares e assim por diante.

Como trabalhar com um orçamento bem mais enxuto?

Caumo – Pretendemos incentivar que se crie a cultura da destinação de recursos oriundo do Imposto de Renda para entidades da nossa cidade, fazendo com que nosso dinheiro não saia daqui. Queremos realmente dar atenção para este programa e que consigamos captar bastante recursos e aplicar nas entidades que hoje são essencialmente subvencionadas pelo poder público e a comunidade pode ajudar nisso. Outra área que pretendemos mexer também é em relação as creches. Queremos conversar com as empresas e criar novamente o modelo comunitário. Onde a empresa, município e família também contribuem. Então, vamos buscar gerenciar o recurso e outras formas de captação junto a comunidade.

Quantas e quais secretarias o senhor pretende cortar?

Caumo – Vamos reduzir três secretarias. Com certeza serão, de Governo, vamos fazer a junção, teremos a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, e aí essa será uma só secretaria. A terceira ainda estamos avaliando qual a melhor alternativa, mas vamos reduzir secretarias.

 

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