Vereadores eleitos divergem sobre 13º

Lajeado

Vereadores eleitos divergem sobre 13º

Dos sete novos parlamentares, apenas um é favorável ao pagamento do benefício

Vereadores eleitos divergem sobre 13º
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Cautela é o principal traço dos novos vereadores ao avaliar o pagamento do 13º salário. A maioria prefere não se manifestar antes de assumir o cargo. Na sessão passada, dez vereadores em exercício assinaram um requerimento cobrando o pagamento referente aos anos de 2015 e 2016. O A Hora errou na edição dessa terça, quando divulgou que nove parlamentares haviam aderido à proposta.

Entre os eleitos para a próxima legislatura, Waldir Blau (PMDB), Ederson Spohr (PMDB), Nilson do Arte (PT) e Mariela Portz (PSDB) posicionaram-se sobre o pagamento. Entre eles, Blau foi o único que mostrou-se favorável ao 13º. “Se é algo legal, acho que deve pagar sim. Eu receberei o dinheiro sem problemas.”

Os demais mostram-se contrários, porém, todos demonstram poder rever essa posição. Para Spohr, no atual momento, o valor não deve ser pago. “Com as dificuldades econômicas do país, estado e município, sou contra.” O parlamentar destaca que a posição pode ser revista em outro. “Cada momento é uma avaliação, em outro cenário econômico podemos fazer outra avaliação.”

Também novato no Legislativo, Nilson do Arte diz não concordar com o depósito do 13º na conta dos vereadores. “Sou contra porque vai de encontro à sociedade, a população não quer isso.” Apesar da posição, ele relativiza ao ser questionado se receberia o dinheiro caso isso fosse decidido pelo presidente da câmara. “Hoje estou descapitalizado, então, se me oferecessem eu aceitaria. Mais para frente, estando em uma situação financeira melhor, eu devolvo os valores.”

Segunda vereadora mais votada neste ano, Mariela Portz defende o não pagamento dos valores. “A lei atual está confusa no meu entendimento. Mesmo assim, sou contra o pagamento do 13º salário.” O posicionamento de Mariela contraria o pai Delmar, que na sessão de terça-feira, 18, assinou o documento cobrando os recursos de 2015 e 2016. Questionada se devolveria os valores caso eles fossem depositados em sua conta, ela preferiu aguardar. “Preciso estudar mais a lei e entender o que posso fazer com esse dinheiro, se devolver para o município ou usar em alguma ação social.”

Sem posição

Alegando falta de conhecimento profundo do tema, Marquinhos Schefer (PMDB), Neca Dalmoro (PDT) e Fabiano Bergmann, o “Medonho” (PP), preferiram não se posicionar sobre o tema. O peemedebista afirmou não ter conhecimento profundo sobre o tema. “Nem estou lá ainda, então prefiro não opinar.” Assim como Mariela, Marquinhos herdou a cadeira do pai, Antônio, que na última sessão incentivou os colegas a assinar o documento cobrando o salário extra.

Neca e Medonho usaram argumentos parecidos para não se manifestar sobre o tema. A pedetista garantiu que após a campanha afastou-se da vida pública e desde a última semana dedica-se ao neto recém-nascido. “Ainda não sei bem como é o andamento do processo legislativo, por isso, prefiro não me posicionar.” Medonho foi na mesma linha da colega. “Ainda não sei das questões legais, então, não posso dizer nada com certeza.”

“ Olha o que um professor ganha”

A dona de casa Sandra da Silva, 58, se mostra indignada com a possibilidade de vereadores receberem mais um salário no fim do ano. “É lógico que não devem ganhar. Eles trabalham quatro vezes por mês, as sessões são feitas uma vez por semana e ainda querem 13º.”

Sandra compara os vencimentos de outras categorias para justificar sua posição. “Olha o que um professor ganha, uma miséria do lado de um vereador, que deveria trabalhar para a população e muitas vezes não faz nada.”

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