Falta de diálogo afasta região da EGR e trava investimentos

Vale do Taquari

Falta de diálogo afasta região da EGR e trava investimentos

Obras prioritárias para o Vale travam e Corepe não consegue reunião desde maio

Falta de diálogo afasta região da EGR e trava investimentos
Vale do Taquari

Todos os dias, pedestres se arriscam para atravessar a rodovia que separa o bairro Bela Vista e o centro de Arroio do Meio. Na rótula da ERS-130, principal via de acesso ao município, apenas dois pontos estão sinalizados com faixas de segurança.

Poucos locais de travessia, aliados ao alto fluxo de carros e caminhões, tornam o local perigoso para os pedestres. Proprietário de uma agropecuária às margens da rodovia desde 1978, João Antônio Telöken chama a atenção para a necessidade de garantir mais segurança. “Tem que construir uma elevada, faixa em uma rodovia com duas pistas não funciona.”

A construção, reivindicação antiga da comunidade, está distante de virar realidade. O próprio Telöken reconhece a dificuldade em ver a elevada pronta. “O problema é o dinheiro, falta força política para conseguir”, reclama.

Obra distante

O sentimento de Telöken é reforçado pelo prefeito Sidnei Eckert. Na semana passada, o gestor municipal protocolou um pedido para que a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) estude a possibilidade de construir a passagem elevada.

Ele pretende marcar uma reunião ainda nesta semana com os representantes da autarquia.

Mesmo assim, Eckert não acredita em uma solução rápida para o problema. “Eles não têm dinheiro para fazer obras.” Mesmo o trecho sendo pedagiado, a falta de recursos é a principal alegação do governo para não construir a elevada.

Até agosto deste ano, as praças de pedágio de Encantado (ERS-130), Cruzeiro do Sul (RSC-453) e Boa Vista do Sul (RSC-453) arrecadaram juntas mais de R$ 28 milhões. Nesses trechos, os investimentos anunciados pela EGR foram de R$ 24,8 milhões. Segundo a empresa, o montante oriundo das tarifas tem sido aplicado na manutenção da rodovia.

[bloco 1]

Dificuldade de diálogo

Além da falta de verba, mudanças no modelo administrativo da EGR e falta de diálogo da empresa com líderes regionais travam a realização de obras. Segundo a integrante do Conselho Comunitário da Região das Rodovia Pedagiadas (Corepe), Cíntia Agostini, tem sido cada vez mais difícil conseguir respostas do governo.

“A última reunião com a EGR foi em maio, quando entregamos nossas demandas. Desde então, não conseguimos um retorno, apesar da insistência, nem para marcar outra reunião nem para saber sobre o andamento dessas demandas.”

No encontro de maio, os representantes do Corepe ouviram a garantia de que obras em andamento serão concluídas. A EGR também sinalizou com a possibilidade de licitação, mas até agora nada saiu do campo das promessas.

De acordo com Cíntia, a mudança da lei sobre a EGR, aprovada em maio, trouxe mais entraves para o diálogo com o Corepe. “Ali foi determinada a mudança do Conselho Superior da EGR, e isso está na mesa do governador. Enquanto não tivermos essa decisão, eles não marcam mais nada.”

Outra dificuldade apontada pela representante do Corepe é avaliar o valor arrecadado e o investido nas rodovias com pedágio. “Em maio olhamos os extratos e averiguamos que eles estavam equilibrados. De lá para cá, não tivemos mais informações sobre isso.” Procurada pela reportagem, a EGR não respondeu até o fechamento desta edição sobre as reclamações.

Acompanhe
nossas
redes sociais