Fãs de Bob Dylan comemoram Prêmio Nobel de Literatura 2016

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Fãs de Bob Dylan comemoram Prêmio Nobel de Literatura 2016

Músico foi premiado por criar novas expressões poéticas

Fãs de Bob Dylan comemoram Prêmio Nobel de Literatura 2016
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Bob Dylan entrou para a história do Prêmio Nobel de Literatura ao ser o primeiro cantor a receber a distinção. O comunicado oficial ocorreu na manhã dessa quinta-feira em evento na cidade sueca de Estocolmo.

“Dylan foi escolhido por criar novas expressões poéticas dentro da grande tradição da música americana”, justificou a secretária permanente da Academia Sueca, Sara Daniues, durante o anúncio.

A nota biográfica do prêmio destaca ainda que “Dylan gravou um grande número de álbuns sobre temas como a condição humana, religião, política e amor”. Outro ponto enaltecido foi a versatilidade do artista. “Trabalhou como pintor, ator e autor de roteiros.”

No Vale do Taquari, os fãs de Dylan comemoram a premiação do astro da música folk. Proprietário do Galera’s Rock Bar, TJ Kuhn classifica o fato como surpreendente. “Esse prêmio dá um ‘up’ na maneira de ver músicas, letras e poesias.”

Presidente da Academia Literária do Vale do Taquari (Alivat) lembra da polêmica em torno da premiação de um cantor, mas acredita que a decisão foi acertada. “Eu vejo ele como um grande escritor e um grande músico.”

Ao ganhar o Nobel, Dylan superou grandes autores tidos como favoritos. Entre eles, o queniano Ng wa Thiong’o (conhecido pelo ativismo político), o japonês Haruki Murakami (conhecido pelo romance Norwegian Wood) e o poeta sírio Adonis (considerado um dos maiores poetas árabes da atualidade). Além do título, cantor norte-americano vai embolsar R$ 8 milhões de coroas suecas (aproximadamente R$ 2,9 milhões).

Críticas dos escritores

A premiação do músico norte-americano gerou polêmica. Maior crítica era o fato de Dylan ser lembrado mais pelas canções como Blowin’ in the wind ou Like a Rolling Stone do que pelos 30 livros publicados.

Escritor francês membro da Academia Goncourt, Pierre Assouline foi um dos críticos. “Gosto de Dylan, mas não tem uma obra. A Academia Sueca se ridiculariza. É degradante para os escritores.”

Perfil

Em 24 de maio de 1941, Robert Allen Zimmerman nasceu em Minnesota, nos Estados Unidos. De família judaica, Zimmerman tocou em diversas bandas de folk e blues. Mais tarde, largou a faculdade e se mudou para Nova York onde se tornou famoso no início dos anos 1960. Nessa época, ele adotou o nome artístico Bob Dylan – uma homenagem ao poeta Dylan Thomas.

Enquete – Como você avalia o anúncio de Bob Dylan como ganhador do Prêmio Nobel de Literatura 2016?

“Em primeiro lugar foi uma surpresa, mas uma surpresa maravilhosa. Ele sempre fez um trabalho espetacular com suas letras. Já era reconhecido no mundo da música, por isso, nada mais justo que receber o prêmio. Sem falar que é fato que a leitura de livros no mundo está diminuindo e esse prêmio dá um ‘up’ na maneira de ver músicas, letras e poesias.” – TJ Kuhn (Proprietário do Galeras Rock Bar e membro do Clube do Rock do Vale do Taquari)

“Eu concordo com a premiação. Sei que é uma polêmica, pois Dylan é classificado como músico. Mas, antes de estar cantando, ele precisa escrever a canções. E ele também escreve poesias. Então não deixa de ser um escritor nato. Os trabalhos escritos por ele têm as mensagens de cunho social e as pessoas se identificam muito com as suas letras. Eu vejo ele como um grande escritor e um grande músico.” – Márcio Marqueto Caye (Presidente da Alivat)

Apesar de alguns “intelectuais” torcerem a cara para o prêmio, vejo de forma muito positiva e comemoro com a maioria. A obra de Dylan acompanha e ilustra nossa história mais recente de forma contundente e poética. Um cara que através de palavras apontou e questionou a condição humana durante mais de cinco décadas merece nosso respeito e essa premiação. “How does it feel?”(“Like a Rolling Stone), por sua profundidade já merece um prêmio. – Marcelo Petter (Radialista e coordenador da Univates FM)

“O anúncio de Dylan para o Nobel coloca a poesia em evidência e em estado de fuga. Dessa forma, ao jogar luz sobre a escrita em verso e, muitas vezes, rimada, também aponta para o que está fora da palavra, no caso, a música.” – Ismael Caneppele (escritor)

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