Roubo e furto de veículos aumentam 25% em um ano

Vale do Taquari

Roubo e furto de veículos aumentam 25% em um ano

Lajeado concentra 48% dos crimes cometidos na região. Em 2015, 108 carros e motos foram levados a mais em comparação ao ano anterior. O índice local supera os 22,2% de crescimento no RS

Roubo e furto de veículos aumentam 25% em um ano
(Foto: Arquivo A Hora)
Vale do Taquari
oktober-2024

No início do mês maio, o fotógrafo Walter Rodrigues, 28, conversava com a tia ao lado do carro estacionado em frente à BRF, em Lajeado. Por volta das 18h eles foram abordados por dois homens armados. Sob a mira de uma pistola 9mm, Rodrigues foi obrigado a entregar as chaves do veículo aos ladrões.

Além da ameaça, a dupla de assaltantes agrediu o dono do carro com chutes na canela por ele ter se recusado ir para o chão. “Não me deitei, só atirei a chave nos pés deles e mandei sumirem logo”, relembra. Morador de Taquari, o fotógrafo estava em Lajeado para buscar uma cliente da tia e ainda lembra o sentimento de “raiva e frustração” após ser roubado em plena luz do dia.

Uma semana depois do crime, o carro foi encontrado em Guaporé. O caso do taquariense não é isolado na região. Até o dia 10 de julho, foram registrados 270 roubos ou furtos de veículos no Vale, pouco mais da metade de crimes cometidos em 2015.

Dos 38 municípios da região, Lajeado é o que tem os índices mais alarmantes. No ano passado, de todos os crimes do tipo cometidos na região, 48% foram registrados no município. Nos últimos cinco anos, 35% dos roubos e furtos de veículos foram cometidos na cidade.

graficosPrioridade do governo

Em 2015, 98,5 mil veículos foram furtados ou roubados em todo estado. Neste ano, são 19,1 mil crimes registrados até julho. O combate a esse tipo de crime é uma das principais bandeiras de segurança do governo do Estado.

Para reduzir o número de casos, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) lançou no mês de abril a Operação Desmanche. A estratégia do governo é fechar depósitos ilegais para impedir a venda de peças roubadas.

As primeiras fases foram concentradas em Porto Alegre e Região Metropolitana. Segundo as autoridades, as ações conseguiram reduzir em 33% os furtos e 44% roubos na capital entre agosto e setembro. Em todo o RS , a redução foi de 28% e 17% respectivamente.

No Vale, a operação chegou na segunda quinzena de setembro, quando um depósito localizado às margens da BR-386, em Estrela, foi fechado. De acordo com o coordenador da operação, coronel César Augusto Pereira da Silva, nos próximos meses, as ações no interior do estado serão intensificadas.

“Nossa intenção é cada vez mais interiorizar, para podermos ter os mesmos resultados de Porto Alegre,” destaca o coronel. Segundo ele, uma das características do Vale é o alto índice de recuperação dos veículos roubados, “cerca de 80%.” A recuperação é resultado da característica dos assaltantes, que na maioria das vezes levam os veículos para cometer outros crimes.

Pra o coronel Silva, a melhor estratégia para a região é aumentar a insegurança dos ladrões. “É importante aumentar o número de barreiras policiais, para que os criminosos tenham medo de ser pegos.” Ele também aponta para necessidade de seguir investigando os depósitos irregulares e alerta a população. “Já vi pessoas deixando motos sozinhas com a chave, isso facilita a vida do ladrão. A população também precisa estar atenta.”

tabela-cidadesDiferentes motivações

Carros e motos roubados são utilizados para diferentes fins. O objetivo mais comum é a venda das peças, justamente o foco da operação do governo. De acordo com o delegado responsável pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Adriano Nonnenmacher, até o início das ações, existiam mais de 1,2 mil desmanches ilegais em todo estado.

Segundo Nonnenmacher, a Operação Desmanche tem sido efetiva para inibir os roubos e furtos que visam peças dos veículos.

Mesmo com a grande busca por peças, cresce cada vez mais o número de veículos roubados para serem utilizados em outros crimes. Um dos dados que apontam esse fim é a quantidade de carros e motos recuperados. “Cerca de 67% são encontrados, a maioria abandonados nas rodovias e ruas”, destaca Nonnenmacher. O delegado destaca que, mesmo com esse outro uso, fechar depósitos clandestinos consegue reduzir os ataques.

 

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