Músico da região será jurado em evento de canção francesa

Lajeado

Músico da região será jurado em evento de canção francesa

Festival internacional ocorre neste domingo em Porto Alegre

Músico da região será jurado em evento de canção francesa
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O 9º Festival da Canção Francesa ocorre neste domingo, às 18h, no Salão de Atos da UFRGS. Terá como jurado o professor de Francês Augusto Darde. Depois de participar três vezes como cantor, o mestre em Literatura Francesa pela UFGRS ocupa agora a cadeira dos julgadores.

O evento é promovido pela Aliança Francesa. Trata-se de uma associação sem fins lucrativos, representante da cooperação cultural, universitária, técnica e institucional entre França e Brasil, no RS. É membro de uma rede de cerca de 900 unidades, presente nos cinco continentes.

A entrada é franca, com a doação de um livro em bom estado. São dez finalistas que interpretarão grandes sucessos da canção francesa e concorrerão a uma viagem a Paris, além de uma vaga na final nacional que ocorre em novembro no Rio de Janeiro.

História dos imigrantes

As primeiras presenças francesas no país foram entendidas como invasões, porque ocorreram nos séculos XVI e XVII, nos primórdios do Brasil colônia. Uma das instalações marcantes foi no Maranhão. São Luís é a única cidade brasileira fundada por franceses.

No século XIX, a colonização foi de fato incentivada. Os franceses vieram em número bem menor que alemães e italianos. O primeiro destino foi o Uruguai, mas algumas famílias migraram para o norte e depois chegaram a Pelotas.

De vencedor a jurado

O músico, mestre em Literatura Francesa pela UFRGS e professor Darde iniciou na arte na pré-adolescência. Atuou como baterista e compositor/guitarrista.

Em 2010, formou a banda de eletro-folk francófono L’étoile est morte, com influências de M (Mathieu Chedid) e Renan Luce. Em 2011, venceu o 4º Festival da Canção Francesa, interpretando Initials BB, de Serge Gainsbourg. A letra significa um hino nostálgico à grande musa do cantor, a atriz Brigitte Bardot, com quem teve um affair. A “BB” fez a cabeça de muita gente.

O clima não é de disputa

A Hora – Como se imagina ao assumir a postura de jurado?

Augusto Darde – Terei a oportunidade de acompanhar o festival através de uma nova perspectiva. Eu brinco que “vou bater e virar a cadeira pra todo mundo”, e acho que esse é o espírito. Sei muito bem como é a ansiedade. Mas também sei como a festa ocorre nos backstages, todo mundo fica muito unido, o clima não é de disputa, mas de união para fazer um grande show.

Como os candidatos são avaliados?

Darde – Os pontos a serem avaliados são principalmente a afinação, a presença de palco e a pronúncia do francês, esse último tendo peso 2. Pretendo estar lá como qualquer pessoa do público. Apesar de fazer parte do júri, de ser professor de Francês e músico, não pretendo assumir a postura de um “especialista”, mas de alguém que gosta de boa música e de performances emocionantes.

De onde vem a paixão pela língua francesa?

Darde – Veio de meu interesse pela literatura e cinema, principalmente. Cada língua traz consigo um amplo pacote cultural. Como seres humanos, esse é o traço mais interessante que deixamos como patrimônio. E não há nada de mal em ser brasileiro e cultivar a cultura francesa: o olhar “estrangeiro” sobre uma cultura cria resultados interessantes. Há uma beleza nisso. Há um senso de união, de quebra de barreiras, que apaga o preconceito. É gratificante.

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