Aguardado há pelo menos 17 anos, o asfalto entre Arroio do Meio e Capitão, na ERS-482, continua indefinido. Ontem uma comitiva de líderes dos dois municípios se reuniu com o governador José Ivo Sartori para discutir a retomada das obras, iniciadas em 1998. Até o momento, apenas 30% do trecho está pavimentado. Restam sete quilômetros.
Conforme o prefeito arroio-meense Sidnei Eckert, entre o bairro Dona Rita e a comunidade de Arroio Grande, restam ser pavimentados 3,2 quilômetros. De um total de R$ 3 milhões para finalizar o trecho, o Estado liberou R$ 2 milhões. O objetivo da reunião foi tentar a liberação da última parcela. “Não prometeram nada. Alegaram que a queda da receita reduz a capacidade do governo investir. Continuamos aguardando.”
Segundo o prefeito eleito de Capitão, Paulo Cesar Scheidt (PMDB), o acesso asfáltico é uma das únicas formas de atrair novas empresas para o município. “Caso o governo estadual não retomar os trabalhos, buscaremos parcerias e recursos para asfaltar a Linha São Jacó, que é uma estrada municipal, com extensão de sete quilômetros.”
A promessa é de concluir dois quilômetros, um após a comunidade de Arroio Grande e o outro no acesso à cidade. Scheidt é empresário e relata as dificuldades enfrentadas pela ausência de uma ligação asfáltica, como perdas no escoamento da safra e o recebimento de mercadorias. “A precariedade da estrada aumenta o frete e as entregas são feitas em um intervalo maior. Vivemos isolados.”
Segundo ele, muitos jovens deixam a cidade por falta de empregos. Cita como alternativa o setor primário, no entanto, destaca a necessidade de ampliar os incentivos para garantir a sucessão e o aumento da produtividade.
17 anos de espera
A ligação asfáltica entre Arroio do Meio e Capitão, em trecho de 16,5 quilômetros da ERS-482, chegou a ser iniciada em 1998, após licitação vencida pela empresa Beter de São Paulo.
Na época, todo o terreno foi preparado, feita a drenagem e colocadas as pedras para aguardar o asfalto. Depois, as máquinas deixaram a pista e não voltaram para terminar o serviço. Segundo o governo, problemas financeiros envolvendo a empresa responsável emperraram o andamento dos trabalhos.
