Muito além dos 9 a 0
Durante a acachapante vitória do União Campestre por 9 a 0 sobre o EC Brasil, fiquei imaginando o que se passava na cabeça dos jovens atletas da categoria aspirante do Brasil e se havia algum culpado para tal resultado.
Chego à conclusão de que os 9 a 0 vão muito além de um erro do treinador ou falha de algum jogador. São o retrato do futebol amador de Marques de Souza. Da falta de interesse dos dirigentes de clubes e dos organizadores de campeonatos em integrar os jovens. Desde 2009, o municipal é realizado somente na categoria titular. Os atletas que saem da Escolinha, salvo exceções, não são convidados para jogar o municipal. Só para o leitor ter uma ideia. Dos 24 jogadores que atuavam na minha categoria (91/92) na Escolinha do Brizola, há 10 anos, apenas dois disputam o Regional – Willyan Koelzer e Mateus Henicka. Esses, por sinal, tiveram que se destacar primeiro em Lajeado para depois serem convidados a jogar em Marques de Souza. Neste ano, foi realizado um torneio diferente, no qual cada clube era obrigado a colocar dois atletas sub-21 em campo, mesmo assim, a ideia foi insuficiente e muitos desportistas ficaram de fora.
Espero que os 9 a 0 sirvam de reflexão para todos responsáveis pelo futebol amador em Marques de Souza. Temos diversos exemplos positivos na região, como a Taça da Amizade, que podem ser copiados. Mas, para isso acontecer, os dirigentes têm que deixar o orgulho e gana de vencer de lado, aceitando fazer uma competição para integrar os jovens. Do contrário, nos próximos anos, a cidade não terá time para disputar o Regional.
Deram exemplo
Mesmo perdendo de goleada, os jovens atletas do EC Brasil não perderam a cabeça e deram exemplo na quarta-feira à tarde. Nos 90 minutos, foram punidos apenas com um amarelo e buscaram o gol de desconto a todo momento. Já os jogadores titulares do Brasil e do União Campestre, que deveriam servir de exemplo, protagonizaram cenas lamentáveis.
Ao contrário do que se viu na categoria aspirante, em que os atletas saíram abraçados e se cumprimentando, após o apito final, os titulares de ambas as equipes discutiram, se empurraram e até se agrediram.
Fazendo bonito
A torcida organizada Galera da Cabine faz bonito neste estadual de futsal. Na partida contra o Atlântico, em Cruzeiro do Sul, foi responsável por puxar músicas e incentivar os torcedores. Amanhã, prometem um novo espetáculo.
Homem gol
Na rodada única do feriado, Julian Krindges, o “Schmia”, foi o cara da partida. O atacante, que já era o artilheiro da competição com dez gols, ampliou ainda mais a vantagem após balançar as redes em cinco oportunidades. Após o jogo, agradeceu o treinador Gustavo Zanatta aceitando fazer uma foto com ele.