Faz sete anos desde a última reforma no prédio onde está situado o Centro Cultural 25 de Julho. Hoje as rachaduras nas paredes e a tinta desbotada mostram o descaso às pessoas que passam pela rua Major Bandeira, em Languiru. O complexo dá sinais de declínio em especial nos dias de chuva. As goteiras fazem parte de uma realidade que os responsáveis evitam falar, mas que se agrava com o tempo.
Em dezembro do ano passado o então secretário de Cultura e Turismo, Ariberto Magedanz, afirmou que em 2016 o local receberia investimentos. Passados dez meses, o departamento está na segunda troca de comando e não esboça projetos para o Centro Cultural 25 de Julho.
Em abril deste ano, Magedanz deixou o cargo com objetivo de se preparar para o pleito eleitoral. O prefeito Renato Airton Altmann passou a responder pelo setor, com apoio da sub-secretária Aline Röhrig Kohl, que atendia pela Secretaria de Juventude, Esporte e Lazer. No mês de setembro, o chefe do setor de Convênios, Orlando Dahmer, assumiu a Cultura e Turismo enquanto Aline se dedicou à campanha eleitoral. “O prefeito me incumbiu de manter os projetos, sem criar novos. Temos que nos preocupar com a transição e o encerramento do exercício com as contas em dia”.
Segundo Dahmer, o prédio do Centro Cultural não recebe melhorias desde 2009 e não há previsão de investimentos. “O prédio não está em boas condições. Tem goteiras e nós temos conhecimento disso”, revela.
Magedanz, que hoje leciona na escola Tancredo de Almeida Neves, em Languiru, afirma que foram solicitados investimentos para pintura. Segundo ele, nenhum documento foi protocolado, a iniciativa ficou apenas em diálogo com prefeito.
Executivo avalia prioridades
O prefeito Renato Airton Altmann desconhece o assunto e alega que mantém o foco sobre as prioridades. “Certamente, se o secretário me apresentar essa necessidade e ainda for possível até o fim do ano, podemos rever isso, mas para mim é um fato novo. Até tenho que conversar com o secretário sobre essa questão”.
Como prioridades, Altmann apresenta a escola do bairro Boa Vista, em construção, e o posto de saúde no bairro Alesgut, que deve ser reaberto ainda esse ano. A parceria com o Corpo de Bombeiros Voluntários também é mencionada na lista. “O Hospital Ouro Branco que foi nossa prioridade, aumentamos em R$ 50 mil por mês. Trabalhamos com prioridades, claro que, se houver disponibilidade financeira”.
Repasse anual de R$ 165 mil
Apesar da infraestrutura exigir melhorias, a administração municipal mantém convênio com o centro. O contrato de subvenção totaliza dez meses com repasse de R$ 16,5 mil mensais para custeio dos 18 professores. A contribuição paga R$ 35 como bolsa de estudo para cada aluno. O restante do valor correspondente às aulas é complementado pelos estudantes.
São ofertadas aulas de música, desenho, pintura e escultura, além de atividades com crianças e idosos.
A direção do Centro Cultural preferiu não responder questões sobre o custo das mensalidades, números de alunos e convênio com a administração municipal.