A construção dos conjunto habitacionais Novo Tempo I e Novo Tempo II avançou cerca de 20% desde novembro do ano passado. Hoje, segundo a empresa ALM Engenharia e Construções, não há previsão para o término dos 448 apartamentos populares, orçados em mais de R$ 27 milhões pelo Minha Casa Minha Vida (MCMV). A obra iniciou em janeiro de 2014, e estava acordada para ser entregue em julho de 2015.
Ontem, funcionários trabalhavam para finalizar detalhes da infraestrutura interna e externa dos conjuntos localizados entre os bairros Santo Antônio e Jardim do Cedro, próximos ao cemitério municipal da rua Arnoldo Uhry. Na placa indicativa da obra, não constam devidamente expostas as datas de início e término do trabalho.
Conforme informações repassadas pela diretoria da ALM Engenharia e Construções, o atraso na entrega das obras se deve a diversos motivos. O primeiro deles seria a “grande intempérie do ano de 2015, onde o nível de chuvas incorrido foi o mais elevado dos últimos anos, provocando a paralisação das obras em muitos dias”.
Ainda, citam os diretores, o atraso ocorreu devido a não execução da rede elétrica em tempo hábil por parte da concessionária de energia elétrica responsável pela área. Segundo a ALM, em obras pelo programa MCMV, tais obrigações são de responsabilidade das empresas de abastecimento de energia.
Esse atraso não teria permitido que a empresa executasse projetos de infraestrutura interna das obras. Ainda, explica a direção, a rede cloacal e pluvial, e também a pavimentação das ruas aguardavam pela devida colocação dos postes da rede elétrica, recém-executada pela concessionária responsável.
Os diretores também cobram serviços não realizados pelo Executivo, como a finalização das redes cloacal e pluvial públicas, o que teria “impedido as ligações com as redes internas” dos conjuntos habitacionais. Por fim, a direção da ALM atribui o atraso à sequência de furtos e roubos de materiais, “que apesar das medidas de segurança adotadas, foram impossíveis de serem contidos, causando a necessidade de novas compras e a recolocação de peças furtadas”.
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Sem data prevista
A reportagem encaminhou questionamentos para a administração municipal, mas até o fechamento desta edição não houve resposta sobre as previsões de término dos apartamentos populares e tampouco sobre o início da pavimentação da rua Arnoldo Uhry – o capeamento da via é uma condicionante do governo federal para entrega dos imóveis.
Por e-mail, a empresa respondeu apenas que “a entrega das obras estava prevista para o fim deste ano, porém, devido às dificuldades enfrentadas, não podemos precisar uma data exata ainda”. Ainda de acordo com a diretoria da ALM, os serviços apresentam um estágio de conclusão de 89,67% para o Residencial Novo Tempo I, e de 90,51% para o Residencial Novo Tempo II.
Obra do PAC está parada
A pavimentação da rua Arnoldo Uhry faz parte do conjunto de obras contratadas pelo PAC II suspensas a pedido do Ministério Público Federal no início do ano, em função de suposto superfaturamento. Mesmo após a liberação parcial dos recursos pela Justiça Federal, e depois de a câmara aprovar aditivo de R$ 980 mil no contrato para custear possíveis prejuízos, os serviços seguem parados.
Detalhes
O Residencial Novo Tempo I terá 18 blocos com 16 apartamentos cada, em uma área de 19,58 mil metros quadrados localizada no bairro Santo Antônio. O custo desse empreendimento é de R$ 17,2 milhões. Já o residencial Novo Tempo II prevê investimento de R$ 9,6 milhões na edificação de dez prédios com 16 apartamentos cada, também no bairro Santo Antônio, em uma área de 13,71 mil metros quadrados.
A prefeitura gastou outro R$ 1,2 milhão para custear aditivo relacionado ao estacamento da obra. Por contrato, cada imóvel terá 50,76 metros quadrados. São dois quartos, banheiro, área de serviço, sala e cozinha conjugada, e uma vaga de estacionamento para carro. Foram previstas estações de tratamento de esgoto, ponto de coleta de resíduos sólidos e orgânicos, quatro quiosques, salão de festas e quadra de futebol areia.