Visão da criança:   adaptação e cuidados

Fala Doutor

Visão da criança: adaptação e cuidados

Algumas crianças precisam usar óculos desde pequenas. Saiba quais sinais merecem atenção e uma visita ao oftalmologista

Visão da criança:   adaptação e cuidados
Vale do Taquari
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O diagnóstico precoce de problemas de visão em bebês muitas vezes garante a solução efetiva. Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), 50% dos recém-nascidos com alteração visual têm a dificuldade identificada quando ela é irreversível. O erro refrativo, ou seja, miopia, astigmatismo e outros, além do estrabismo, pode ser menos traumático caso seja identificado ainda no início da vida.

Os olhos da criança recebem atenção na maternidade. Na sala de parto, ocorre a aplicação do colírio de nitrato de prata. Esse previne conjuntivites neonatais. Hoje a principal causa da doença é a clamídia, diagnosticada entre o quarto e o décimo dia de vida. Mas se os olhos da criança apresentarem irritação após a saída da maternidade é necessário levá-la ao pediatra.

O teste do reflexo vermelho (teste do olhinho) detecta catarata, glaucoma, tumores, inflamações e hemorragias intraoculares. Para realizá-lo, o médico coloca uma luz nos olhos da criança e observa o reflexo gerado. Se for homogêneo e simétrico, está normal. Se houver dificuldade para identificá-lo, o bebê deve ser encaminhado ao oftalmologista.

O que o bebê vê quando nasce

Nada além de borrões. Quando vem ao mundo, o bebê ainda não identifica todas as cores e o máximo que vê são vultos. Até então, ele tem a capacidade apenas de desenvolver a visão. Antes de nascer, ele ainda não sabe enxergar. Apesar de os olhos estarem praticamente formados ao fim do segundo mês de gestação, ainda não têm suas funções desenvolvidas.

Visita ao oftalmo desde cedo

Mesmo que todos os testes realizados nos primeiros dias de vida mostrem que não há problemas, o ideal é que a criança se consulte com o oftalmologista antes de completar o primeiro ano. Na consulta, o médico faz avaliação geral da visão. O profissional observa se a criança segue objetos e luz, e detecta se ela tem estrabismo ou até miopia.

Também dilata os olhos do bebê para identificar se há grau de óculos e ver o fundo de olho, o que pode revelar problemas como tumor e cicatriz na retina. Caso for encontrada, dependendo do local no olho, não trará prejuízos. Se estiver na região central, não há como recuperá-la. O que se pode fazer é estimular a visão, para que a própria criança desenvolva mecanismos de compensação.

Sinais de que o pequeno precisa de óculos

Repare se ele tem dificuldade para reconhecer pessoas de longe, cai com frequência ou fecha um pouco os olhos para conseguir ver. Outros comportamentos que pedem uma ida ao oftalmologista são lacrimejar demais, entortar a cabeça para enxergar, bater nas portas e paredes e não conseguir perceber objetos pequenos.

Caso o oftalmologista indique a necessidade do uso de óculos, não é preciso se assustar. Hoje existem modelos especiais para crianças à disposição. Pacientes com estrabismo, que geralmente têm graus mais altos, podem começar a usar os óculos desde os 4 ou 6 meses. Se o grau for baixo, provavelmente começam a usar óculos no período escolar, quando a demanda visual aumenta.

crianca-oculos-computadorDicas para se acostumar aos óculos

• Crie rotinas de utilização, colocando-os logo ao acordar ou assim que for à escola, e permanecer com eles por todo o dia.

• Evite dar bronca se a criança retirá-los. O ideal é fazer um reforço positivo, elogiando o uso e estimulando que os coloque quando iniciar atividades que gosta.

• Mostre fotos de cantores e atores de quem a criança gosta usando óculos.

• Ensine a criança a guardar os óculos na caixa sempre que tirá-los. Também vale usar uma cordinha para deixá-los presos ao pescoço.

575162-os-oculos-de-sol-para-criancas-devem-oferecer-protecao-totalÓculos escuros para os pequenos

Os olhos das crianças têm a mesma sensibilidade à luz que os dos adultos. Mas, até os 7 anos, ainda não há um desenvolvimento pleno da visão do ponto de vista neurológico. Se uma criança que nasceu sem problemas passar a vida em um quarto escuro até essa idade, ela não conseguirá enxergar porque seus olhos não foram treinados para fazê-lo.

Por isso, o uso de óculos escuros por crianças muito pequenas ainda é uma questão controversa para os especialistas. A criança não nasce com a visão desenvolvida, então, o uso dos óculos escuros antes dos 3 anos pode causar alterações nesse desenvolvimento, principalmente com relação às cores (diferenciação de tons) e à luminosidade. Na dúvida, sempre vale conversar com o oftalmologista da criança.

A exposição aos raios ultravioleta tem o mesmo efeito cumulativo nos olhos que na pele. O sol, de forma crônica, causa alterações na retina, que podem evoluir para uma degeneração macular senil. A longo prazo, pode haver uma perda da visão central. A pessoa passa a ver uma mancha preta no centro de seu campo de visão.

Em casos extremos, a exposição excessiva da córnea a raios UV também pode provocar ceratite, uma espécie de inflamação na superfície da córnea. O resultado é a sensação de “areia nos olhos”, além de dor, vermelhidão e lacrimejamento. Os efeitos são passageiros.

Para escolher os óculos escuros da criança, atente à proteção UVA e UVB. Por serem dois comprimentos de onda diferentes, cada um deles é absorvido de uma maneira. Por isso, é preciso verificar se os óculos protegem contra ambos os tipos.

Vale priorizar o estilo e o conforto. Considere qual tipo se encaixa melhor no rosto e no gosto da criança. Preste atenção se o acessório não vai se tornar um incômodo.

Fonte: Revista Crescer

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