“Cooperar favorece o desenvolvimento”

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“Cooperar favorece o desenvolvimento”

No primeiro semestre, BRDE liberou R$ 125 milhões para o Vale do Taquari

“Cooperar favorece o desenvolvimento”
Vale do Taquari

No cenário nacional de forte contração nos investimentos, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) desempenha uma função anticíclica. Conforme o diretor-presidente, Odacir Klein, a oferta de recursos possibilita novos investimentos em áreas estratégicas como energias limpas, agricultura, industrialização e inovação. Favorece a geração de empregos e renda, afirma.

Garante que a crise econômica e política não provocou reduções ou mudanças nos planos de financiamentos. “Não faltam recursos para atender as demandas dos que investem, inovam, criam oportunidades, geram empregos e mantêm viva a atividade produtiva.”

No primeiro semestre deste ano, o banco firmou 4.451 contratos de financiamentos totalizando R$ 1,84 bilhão, numa média de R$ 414 mil por operação, nos estados do RS, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Desse montante, foram alocados R$ 518,7 milhões (28,14%) para agropecuária, R$ 358,1 milhões (19,43%) para indústria, R$ 397,1 milhões (21,53%) para infraestrutura e R$ 569,6 milhões (30,90%) para comércio e serviços (inclui projetos de armazenagem para cooperativas).

De janeiro a junho, no RS, foram efetuados 1.067 contratos no total de R$ 704 milhões em investimentos, numa média de R$ 659 mil por operação. Por setores, do total foram destinados 14% para agropecuária, 28% para a indústria, 26% para infraestrutura e 32% para comércio. Mesmo diante do cenário adverso, o banco alcançou um resultado positivo de R$ 77,6 milhões no semestre.

Ao Vale do Taquari, o montante financiado, entre janeiro de 2015 e agosto de 2016, passa de R$ 141,7 milhões, contratados por mais de 20 municípios. A maior parte dos recursos é destinada ao setor agropecuário, na área avícola, leiteira e produção de grãos.

O cooperativismo é uma saída para a crise

No cargo desde julho deste ano, Klein faz um relato sobre a atuação do banco no fomento de projetos de expansão do cooperativismo no Vale do Taquari e estado, a importância do cooperativismo e a oferta de crédito disponível.

Qual a importância do cooperativismo?

Odacir Klein – A cooperação é fundamental em épocas de crise. Além de garantir a segurança na entrega de matéria-prima, permite uma remuneração justa a quem produz. O exemplo da Dália Alimentos, na criação de condomínios leiteiros e no projeto avícola, representa a ousadia empresarial em épocas de recessão econômica. Supera o medo e vence o receio. Ajuda a inovar, a modernizar e mudar a forma de fazer. Se fez um exame aprofundado da situação do mercado e essa atitude venceu o receio de investir. Nesse modelo, estimulamos a cooperação e atividades conjuntas. A corporação é a antítese da cooperação. O cooperativismo representa a solução de problemas por essa via de cooperar, de operar em conjunto, e cresce num momento em que a sociedade tem a necessidade de unir forças. Num momento de crise, esse modelo é a esperança.

Diante da crise econômica, haverá recursos para apoiar novos projetos do cooperativismo?

Klein – Ao longo de sua atuação, o banco prioriza a atenção às cooperativas. Porque através delas chegamos a milhares de pessoas que são associadas. Liberamos para o projeto Avícola da Dália Alimentos R$ 95 milhões. Em 2015, outras cooperativas (Santa Clara, Languiru e CCGL), contrataram quase R$ 90 milhões para expandir seus negócios. Foram gerados mais de 200 empregos diretos e a arrecadação do ICMS aumentará em R$ 22,5 milhões. Não faltam recursos para atender a demanda.

Quais a áreas com maior demanda?

Klein – Agroindústria e energias renováveis foram as áreas que concentraram o maior número de operações na Agência do RS. No setor agroindustrial, um financiamento de R$ 35 milhões em complemento aos R$ 70 milhões já financiados em 2014 viabilizará a duplicação da mais moderna fábrica de leite em pó do Brasil pela Cooperativa CCGL, em Cruz Alta. Quando concluída, a unidade será a maior em operação no país, tendo capacidade para processar mais de dois milhões de litros de leite por dia, gerando cerca de 143 novos postos de trabalho. No segmento de energias renováveis – uma das prioridades da Agência RS – foi relevante o apoio concedido aos parques eólicos de Chuí, no município de mesmo nome, e de Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar. O investimento total alcançou R$ 2 bilhões, sendo R$ 243 milhões apoiados pelo BRDE em 2015. Contribui para a revitalização de regiões economicamente deprimidas do estado e estão alinhados com a estratégia do banco de promover o desenvolvimento regional por meio de projetos que visem à sustentabilidade e à geração de energia renovável. Financiar energia é financiar desenvolvimento. Se esses dois setores, agropecuária e energia, demandam mais recursos é porque investem mais, um depende do outro e tem grande representatividade econômica no estado.

Qual o limite de crédito oferecido?

Klein – O BRDE superou a marca de dez mil clientes atendidos no estado em 2015, distribuídos por 437 municípios. Encerramos o ano com 87,92% das cidades gaúchas atendidas com algum financiamento, seja para empresas, cooperativas ou produtores. Atingimos o maior lucro em 55 anos de fundação – R$ 262,99 milhões, alta de 24,11% em relação a 2014. As contratações somaram R$ 3,35 bilhões, dos quais R$ 804,8 milhões apenas na agência gaúcha.

O valor ficou abaixo do limite previsto para o estado, que era de R$ 1 bilhão. Para 2016, a previsão é de crescimento no total de contratações, atingindo R$ 3,9 bilhões no exercício – R$ 1,3 bilhão para cada um dos três estados.

Considerações finais

Klein – Em momentos de desequilíbrios econômicos e políticos, quando as instituições privadas de crédito se tornam mais avessas ao risco, os bancos de fomento desempenham uma função anticíclica. Oferecem recursos para incentivar o desenvolvimento sustentável e promover investimentos em todas as áreas – energias limpas, agricultura, industrialização e inovação, bem como inclusão financeira e financiamento para micro, pequenas e médias empresas, para continuar a geração de empregos e renda. Na região dos Vales, os contatos para contratação de crédito podem ser feitos na unidade lajeadense, em sala localizada na Acil, com o gerente-adjunto de Planejamento, Marlon Alberto Bentlin (marlon.bentlin@brde.com.br e ou 3748-1215).

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